A greve dos caminhoneiros já começa a ter reflexos no prato e no bolso do curitibano. Por causa das paralisações nas rodovias do Paraná, diversos produtos começaram a sumir das prateleiras e a ficar bem mais caros. O preço da batata, por exemplo, praticamente dobrou desde o início da semana e a previsão é que mais alimentos acompanhem essa alta caso os protestos continuem.
O tubérculo se transformou na primeira grande vítima desse terceiro dia de paralisações. No Ceasa, o saco do produto foi de R$ 70 para R$ 150 nesta quarta-feira (23) — e o impacto já chegou ao consumidor. O gerente do Mercado Super G, em Curitiba, Paulo Generali, conta que o quilo da batata saltou de R$ 1,99 para R$ 4,79. Além disso, vários outros itens já estão começando a faltar.
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E a expectativa é que a situação piore significativamente caso a greve continue. De acordo com o técnico em comercialização da Ceasa de Curitiba, Evandro Pilati, o impacto da greve começou a ser sentido com mais força nesta quarta, principalmente em produtos que vêm de regiões mais distantes da capital e que precisam passar por rodovias em que há bloqueios.
Segundo ele, a Ceasa deixou de receber vários itens, principalmente frutas e de alimentação básica. “Os produtos mais afetados foram a batata, o tomate e algumas frutas, como o mamão, laranja e limão. Nesses casos, não vieram nada”, revela o técnico. “Nos legumes, a cenoura teve uma escassez muito grande porque vem de fora e a carga não está chegando”.
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Para Pilati, a previsão é que a situação fique ainda mais complicada a partir desta quinta-feira caso a paralisação continue. “Amanhã, a alta pode ser geral e ainda mais significativa”, indica. “Hoje ainda tinha um pouco de estoque, mas a previsão é que amanhã já falte a maioria dos produtos”.
Um dos reflexos desse desabastecimento foi o cancelamento do programa Nossa Feira, que não vai funcionar na capital nesta quarta e quinta-feira. Segundo a prefeitura de Curitiba, as feiras não vão acontecer exatamente porque a Ceasa não está recebendo produtos.
Prateleiras vazias
Só que as frutas e hortaliças não foram as únicas impactadas pela greve. Como revela o gerente do Mercado Super G, os fornecedores de outros produtos perecíveis já começaram a suspender a venda com medo de que as cargas fiquem paradas nas estradas. “O frango vem de Maringá e está com a venda suspensa. Então, se a situação não normalizar, amanhã eu já não tenho mais estoque”, afirma Generali.
Situação semelhante é a do leite resfriado, que também deixou de ser entregue. No caso da carne bovina, Generali conta que seu fornecedor suspendeu a entrega do produto e foi preciso apelar com produtores locais para não deixar o consumidor na mão. “Por sorte, os preços são bem, parecidos, então vai ter uma alta”
E se o desabastecimento ainda é um risco para Curitiba, algumas cidades vizinhas já sentem o problema na pele. De acordo com o técnico em comercialização da Ceasa, nenhum comerciante do Litoral do estado foi abastecer seu estoque nesta quarta-feira — fruto dos bloqueios feitos na BR-277, que liga a capital às praias do estado. “Algumas cidades não estão vindo buscar. O pessoal não se arrisca porque são produtos perecíveis e eles podem ficar parados no meio do caminho”, diz.
Dono de uma quitanda no Mercado Municipal da Paranaguá, Neivaldo Uyetaqui diz que alguns produtos já começaram a faltar na sua loja. “Já estamos quase sem verduras. O nosso dia de abastecimento é amanhã e já estou avisando os clientes de que vai começar a faltar mais coisas”, diz. No entanto, apesar da iminente escassez, o comerciante diz que não aumentou o preço dos produtos que restaram. “Não seria justo com o cliente”, diz.
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