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Morador de rua dorme na Praça Oswaldo Cruz: demora nas obras gerou nos usuários a sensação de abandono do local. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Morador de rua dorme na Praça Oswaldo Cruz: demora nas obras gerou nos usuários a sensação de abandono do local.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Iniciada em fevereiro de 2015, a reforma na Praça Oswaldo Cruz, principal centro de esporte e lazer no Centro de Curitiba, está atrasada um ano. O centro polisportivo da praça, que inclui a quadra e a piscina, está fechado desde dezembro de 2013. Tanta demora gera expectativa e insatisfação entre os frequentadores. Expectativa porque a revitalização da quadra e a conclusão da cobertura da piscina eram reivindicações antigas, já que o espaço passou apenas por reparos essenciais desde a inauguração em 1976. Insatisfação porque, segundo os frequentadores e vizinhos da praça, o local ficou abandonado durante as obras.

- Imagens - fotos da obra atrasada na Praça Oswaldo Cruz

“Antes era bem cuidado, eu trazia meus sobrinhos. Agora, só venho mesmo por causa do cachorro. Esses dias finalmente cortaram a grama, mas estava feio. Tinha mato que não dava para caminhar”, diz a comerciante Claudete Fusaro. Um reflexo do abandono, segundo ela, é que a praça passou a ser ocupada por moradores de rua e usuários de drogas. “Não tinha usuário de droga antes aqui. Agora tem muita gente fumando crack e maconha. Ali perto do tapume que cerca a obra virou um banheiro público”, reclama.

Tapumes em volta da quadra poliesportiva virou banheiro dos moradores de rua. Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

A situação provoca uma sensação de insegurança, principalmente porque está associada à queda no número de usuários da praça - que, por sua vez, está ligada à obra. “Eu passava ali na frente, via que estava fechado e achava que não podia entrar”, conta Henrique Keppen, que trabalha em um hospital próximo da Oswaldo Cruz. Keppen voltou a frequentar a praça para fazer exercícios físicos há cerca de uma semana e nota que houve uma diminuição no número de frequentadores. “Se não estivesse mais em obra, já tinha mais gente e ficava mais seguro até”, avalia.

Para os comerciantes que trabalham no entorno da praça, quando a obra for finalizada e as atividades no centro de esportes e lazer retomados, o local deve voltar a ter vida. Até lá, porém, o movimento deve seguir fraco. “Afetou bastante as vendas. Antes aqueles campeonatos, eventos. Agora, a gente fica contando os dias para abrir”, declara Cleide Marques da Silva, proprietária de um pequeno café no local.

A opinião de Cleide é engrossada pelo taxista Antônio Almeida. “Se eles entregassem [a obra], já estava bom. Se voltassem os eventos e o movimento que tinha antes, melhoraria bastante”, diz Almeida.

Velha reivindicação dos usuários, cobertura da pisina da Oswaldo Cruz está pronta, mas espaço segue fechado. Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Previsão

Iniciada em fevereiro de 2015, a reforma deveria ter sido concluída em fevereiro de 2016. O atraso foi causado por uma reforma de última hora descoberta durante as obras: a existência de tubulações e antigos tanques de óleo que tiveram de ser retirados pela possibilidade de impacto ambiental. Entretanto, desde então, nenhuma outra previsão de conclusão foi dada pela prefeitura.

A Secretaria Municipal de Obras Públicas informa que a reforma deve ser encerrada no segundo semestre de 2017. O atraso agora é por causa da instalação de equipamentos para aquecimento e controle de cloro da piscina, as quais não foram entregues ainda.

Apesar da reclamação dos moradores, a Secretaria do Meio Ambiente afirma que o Departamento de Parques e Praças vem realizando serviços mensais no local, como limpeza, poda de árvores e corte de grama.

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