A perspectiva de que as obras da trincheira da Rua General Mário Tourinho comecem ainda esta semana não anima os comerciantes da região. De acordo com a prefeitura, o canteiro da obra começa a ser instalado nesta quarta-feira, a partir das 9 horas, com bloqueio da faixa da esquerda da via após a Fonte de Jerusalém, sentido Parque Barigui.
Assim que todos os materiais e equipamentos necessários para os serviços estiverem no local, será feito o bloqueio total do cruzamento da Mário Tourinho com a Av. Nossa Senhora Aparecida, no bairro Seminário. A previsão é que essa interdição dure seis meses. E é aí que, conforme os comerciantes, começa o problema.
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“Acredito que vai atrapalhar bastante o nosso movimento. E é uma obra demorada, então seremos afetados por um bom tempo”, diz Maria Fátima Fernandes, que há 31 anos tem um salão de cabeleireiro a poucos metros da esquina que será bloqueada e já passou por outra obra de grande porte no local: a implantação do binário Mário Tourinho, em 2006. “Na época, teve uma queda de cerca de 50% no movimento e o tráfego não foi totalmente interrompido. Agora que vai ser, tem muitos comércios pensando até em fechar”, conta.
Maria Fátima faz parte do grupo dos que estão esperando os primeiros impactos da obra para tomar uma decisão. Contudo, se for necessário, ela já tem um plano B: “Vou atender a domicílio”. Assim como ela, Natasha Bagatoli, dona de uma empresa que presta serviços de iluminação na mesma esquina, já tem uma alternativa. “Vamos esperar para ver como fica. Qualquer coisa, temos um ponto na Avenida Iguaçu”, revela.
Mas nem todo mundo quis esperar para ver e, de acordo com os comerciantes, alguns estabelecimentos já abandonaram a região antes de terem prejuízos com a queda de movimento. “A loja de materiais elétricos que tinha aqui do lado já se mudou. Acho que o comércio aqui vai dar uma diminuída boa”, conta Henrique Cardoso, proprietário de um loja de informática. Para ele, as lojas que dependem de clientes que decidem entrar ao passarem pela rua, como a dele , são que mais vão sofrer com as obras.
“Estamos esperando para ver quem sobrevive”, lamenta Angela Costa, dona de uma assistência que funciona há quatro anos próximo ao cruzamento.
Fidelização e entregas
Para suavizar os impactos das obras no movimento, alguns comerciantes apostam na fidelização de clientes e no serviço de entregas.“Os clientes mais de perto devem vir normalmente, mas os de mais longe, que vão ter algum transtorno para chegar aqui, não vão vir. Mas fizemos um trabalho com os clientes, um boca a boca, tentando amenizar ao máximo o dano. Eles dizem que vão continuar vindo”, conta o gerente de uma loja de produtos para pets Gilberto Melo.
A loja de Melo também presta serviço de entrega, que deve ajudar a manter o movimento. Na farmácia mais próxima, a aposta é a mesma. “Cair o movimento vai cair, mas acredito que não tanto, porque nossos clientes são da vizinhança e fazemos muitas entregas”, afirma o responsável pela loja, José Pereira Primo.
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