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 | Daniel Derevecki / Gazeta do Povo/Arquivo/
| Foto: Daniel Derevecki / Gazeta do Povo/Arquivo/

Com a derrota do Brasil para a Bélgica ainda nas quartas de final da Copa da Rússia, o comércio de Curitiba que apostou no hexa começou a recolher para o estoque os produtos nas cores canarinho. Vitrines em verde amarelo também foram desfeitas, mas o clima não é de melancolia. Pelo contrário, segundo os lojistas, as vendas foram satisfatórias e o que sobrou de mercadoria – entre 5% e 10% – ainda mantém expectativa de venda por causa da onda de protestos políticos que transformou a capital paranaense na “República de Curitiba” – principalmente por causa das eleições que se aproximam.

Na Loja França que fica no Centro, por exemplo, não sobrou muita coisa. Apenas cerca de 10% do total que foi investido em produtos – como vuvuzelas, cornetas, buzinas – para a Copa estão voltando para o estoque. Mas nem tudo será encaixotado. “Não guardamos tudo. Quando tem alguma coisa relacionada aos protestos, muita gente ainda vem na loja para comprar itens do Brasil”, explica Angelina Alves, 39 anos, gerente da loja. E foi pensando nessa movimentação que, este ano, o investimento foi feito em mercadorias sem demarcações com data ou nome de jogador. “O ano que teve a Copa do Brasil tinha coisas com a data e não deu muito certo. O Brasil perdeu e não tinha o que fazer. O Fuleco ficou encalhado. Nessa Copa, só mesmo as bandeirinhas que têm todos os países é que vão ficar guardadas de vez para o próximo mundial”, aponta a gerente.

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Kelvem Barbieri, 25 anos, vendedor na loja Sete Festas, na Avenida Sete de Setembro, disse que o estoque dos produtos do Brasil que ficaram nas prateleiras está sendo retirado só nesta quarta-feira (11), quase uma semana depois da eliminação do Brasil. Ele confirma que as vendas na Copa atingiram o esperado – foram vendidas mais de 200 camisas do Brasil sem nome de jogador –, mas explica que isso aconteceu por causa do planejamento, que teve o investimento feito aos poucos em itens como balão, chapéu em formato de caneca e chapéu decorado com bolas de futebol. “Íamos repondo os itens cada vez que o Brasil avançava”, conta o vendedor. Barbieri também diz que um produto ou outro ficará nas prateleiras para atender o público dos protestos. “Há procura, por isso deixamos pelo menos algo nas cores do Brasil para o cliente visualizar”, revela.

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Já a Comercial Embalagens, na região do Mercado Municipal, retirou vitrine e produtos no dia seguinte à derrota da Seleção Brasileira. Sobrou cerca de 5% do que foi investido – e também não tinha nada com demarcação ou data. “Aqui na loja, a procura por esses produtos ocorre por causa da Copa, principalmente nos dias que a antecedem. Durante a Copa a procura é menor”, conta André Apolinário, 39 anos, gerente. “Por isso, recolhemos tudo. Apenas as buzinas de gás ficam expostas porque têm validade de quatro anos”, explica. Segundo o gerente, ao contrário de outros locais visitados pela reportagem, a procura por produtos nas cores verde e amarelo é baixa em outras épocas. Nem protestos, nem as eleições de 2018 são motivo para manter as mercadorias nas prateleiras. “Não temos tanto movimento nesse sentido”, afirmou.

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