O comércio de Curitiba já sente o impacto do coronavírus. De acordo com a Associação Comercial do Paraná (ACP), a queda nas vendas já chega a 20% por causa da pandemia.
No Centro da capital, é fácil perceber que as lojas estão sem movimento desde o fim de semana e com mais força ainda desde o anúncio do decreto de prevenção do Covid-19 feito pelo governador Ratinho Jr. que, entre outras medidas, suspendeu as aulas na rede estadual de ensino.
A gerente de uma loja de calçados afirma que as vendas caíram pela metade nos últimos dias. O receio é de que isso acabe impactando em demissões. “Estou com receio que o quadro de funcionários diminua. Só a farmácia tem movimento agora com o coronavírus”, relata a gerente.
Rosicléia Cordeiro, 53 anos, vendedora de uma ótica, também percebeu que os clientes estão evitando sair de casa, o que impacta nas vendas. Principalmente com os clientes idosos, os mais suscetíveis à infecção. “Nossa loja foi inaugurada em 1968 e temos muitos clientes com uma idade mais avançada. Estas pessoas não estão circulando pela região. Está bem fraco mesmo”, diz.
Com as lojas vazias, muitos funcionários se dedicam à limpeza das vitrines e prateleiras para que os clientes percebam que o estabelecimento está higienizado, o que diminui o risco de contágio. Em algumas lojas, há funcionários trabalhando de máscara.
No entanto, tem gente que não está com receio de sair de casa para fazer compras. A artesã Patrícia Novaes, 54 anos, moradora de Castro, na região dos Campos Gerais, retornou no fim de semana de um cruzeiro, desembarcando em Itajaí (SC). Antes de retornar para casa, decidiu passar por Curitiba e levar algumas lembranças para os amigos. “Não estou com medo e olha que saí de um navio. Não podemos ficar parados em casa”, argumenta a artesã.
Demissões e redução do atendimento
Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), alerta os donos de lojas que as demissões podem sair mais caras do que a manutenção dos funcionários mesmo com baixo movimento. “O custo de uma demissão é caro. A lei protege o trabalhador e o funcionário já conhece o trabalho. Depois, o dono do comércio vai ter que gastar na contratação e o serviço nem sempre é semelhante daquele que foi dispensado”, alerta.
Uma das alternativas que a ACP estuda para reduzir o impacto do coronavírus no comércio é a redução no horário de funcionamento das lojas no Centro por uma hora. Atualmente, o comércio abre das 9h às 18h. A proposta é abrir o comércio uma hora depois, às 10h. “Estamos estudando esta possibilidade, pois vai diminuir o custo com energia e financeiramente não altera muita coisa”, comenta o presidente da ACP.
Questionado sobre uma paralisação total do comércio, Turmina não acredita que isso possa ocorrer, mas seria um sacrifício para evitar futuros problemas. “Vai ser difícil, mas vamos enfrentar isto com seriedade. Os empresários estão preocupados e estão atentos ao momento”, afirma.
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