O primeiro registro de um caso de sarampo em 20 anos no Paraná, confirmado quarta-feira (7), reacendeu o alerta para a doença emitido no mês passado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e reforçado pela prefeitura de Curitiba - região onde o caso foi detectado.
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A paciente é moradora de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, e contraiu a doença em São Paulo, estado onde há surto de sarampo. Outras duas pessoas suspeitas de estarem com sarampo estão sendo acompanhadas.
No começo da semana, antes da confirmação do caso, a prefeitura de Curitiba voltou a reforçar as orientações para prevenir a doença, principalmente em relação à vacina. Confira os principais pontos:
O que é o sarampo e como é transmitido?
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirros, contato pessoal próximo ou contato direto com secreções infectadas. As complicações mais comuns são otite, pneumonia, diarreia, encefalite e problemas neurológicos. O vírus pode ser transmitido seis dias antes até quatro dias depois de as lesões de pele (manchas vermelhas), características da doença, aparecerem. Não existe tratamento antiviral específico para o sarampo, apenas para os sintomas e a doença pode, em alguns casos, levar à morte.
Quais são os sintomas da doença?
Coriza, tosse, conjuntivite e febre (igual ou maior que 38ºC). Poucos dias depois, a febre fica mais alta (maior que 39°C) e aparece o exantema ou rash ("grosseirão no corpo", com manchas vermelhas que começam geralmente no rosto e na parte de trás das orelhas e pescoço). Essa fase pode durar até cinco dias, mesmo período em que a febre começa a abrandar.
Quando é a hora de procurar o serviço de saúde?
Ao perceber que a febre não cessa e as manchas na pele já começaram a aparecer, procure o serviço de saúde imediatamente.
Como se prevenir?
A melhor forma de evitar o sarampo é a vacina, a tríplice. Além disso, recomenda-se manter os hábitos de higiene, lavando sempre as mãos com água e sabão e com uso álcool gel. A vacina é dada de graça no SUS.
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Qual o esquema da vacina e para quem ela é indicada?
O esquema vacinal prevê duas doses de vacina contra o sarampo: uma dose da tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade e uma dose da tetra viral (contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela) aos 15 meses de idade. Quem não completou este esquema quando criança precisa atualizar a carteira de vacinação. A vacina contra o sarampo demora em torno de duas semanas para fazer efeito.
Adolescentes e adultos, menores de 30 anos, precisam ter tomado durante a vida duas doses de tríplice viral ou SRC (ou uma da tríplice e outra da tetra viral). Já os adultos de 30 a 49 anos precisam ter tomado, ao menos, uma dose da tríplice viral após 1 ano de idade. De acordo com o Ministério da Saúde, pessoas com mais de 50 anos não precisam tomar vacina, pois cresceram numa época em que sarampo era uma doença muito comum, tornando-as possivelmente imunizadas naturalmente.
Quem já teve sarampo precisa tomar a vacina de novo?
Os indivíduos que já tiveram uma vez a doença estão naturalmente imunes e não adoecem novamente.
Não tenho certeza se já tomei a vacina do sarampo no passado ou se tenho o esquema vacinal completo. Posso receber a imunização mesmo assim?
Sim, não há risco à saúde em repetir esta vacina, caso já tenha tomado no passado e não tenha registro.
Quem vai viajar precisa se vacinar?
É muito importante. Quem vai viajar para locais onde há surto de sarampo deve conferir e atualizar a situação vacinal. No Brasil, estes destinos incluem principalmente os estados de São Paulo e do Pará. Na Europa, houve surto da doença em 2018.
A vacina é segura? Tem efeitos colaterais?
A vacina contra o sarampo é considerada muito segura, mas como todo medicamento pode ter efeitos colaterais, geralmente brandos, como dor ou inchaço no local da aplicação. Na segunda dose, as chances desses efeitos aparecerem é ainda menor.
Porque o alerta está direcionado principalmente aos adolescentes e jovens adultos?
Para que todos fiquem protegidos o ideal é que ao menos 95% sejam vacinados. Em Curitiba, as crianças têm um índice de cobertura da vacina superior a 98%.
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