Uma confusão em frente à Biblioteca Central da Universidade Federal do Paraná (UFPR), no Centro de Curitiba, terminou com uma pessoa ferida e vários vidros quebrados na noite desta terça-feira (9). Um homem foi agredido por pelo menos cinco membros da Torcida Organizada Império Alviverde, do Coritiba, na Rua General Carneiro. Ele teve ferimentos na cabeça, foi socorrido e encaminhado para o Hospital Cajuru. A identidade não foi confirmada, mas o homem seria ex-estudante da universidade.
O Diretório Central dos Estudantes (DCE) da universidade afirma que a agressão foi motivada por um boné do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) que o homem usava e que os membros da torcida chegaram a gritar palavras de apoio ao candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL). Testemunhas ouvidas pela reportagem - que não são ligadas ao movimento estudantil nem à UFPR - confirmaram que ouviram os gritos de apoio ao presidenciável. Garrafas de vidro foram quebradas na cabeça do homem, que ficou ferido.
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Um funcionário de um bar na região e dois clientes do estabelecimento confirmaram que os agressores eram da Império Alviverde, pois estavam vestindo camisetas da organizada. Eles relataram que, antes da briga, o grupo estaria causando um pequeno tumulto na escadaria na Biblioteca Central. O homem agredido teria ido falar com eles, houve um desentendimento entre as partes e então a briga teve início. Além das garrafadas, eles viram os torcedores organizados darem pontapés e socos no homem. Eles confirmaram que os agressores proferiram gritos de apoio a Bolsonaro.
A briga gerou tumulto e correria no local, pois havia o temor de que alguém estivesse armado - o que não foi possível confirmar. Sobre o número de torcedores, um coletivo de advogados que acompanha a situação do rapaz hospitalizado afirma eram 15 homens, dos quais pelo menos seis teriam participado da agressão.
A assessoria de imprensa da UFPR confirmou que houve danos ao patrimônio da universidade - vidros da Biblioteca Central foram quebrados –, como também os da Casa da Estudante Universitária de Curitiba (CEUC). A biblioteca foi fechada. A universidade, porém, afirmou que não presenciou o fato e não poderia afirmar o que exatamente ocorreu. Por meio de nota, a UFPR lamentou o ato de violência e informou que a vítima não corre risco de morte. Leia a nota da universidade na íntegra abaixo.
Já a Polícia Militar informou que atendeu a ocorrência, mas que ninguém no local relatou que a briga teve motivações políticas.
A reportagem também telefonou para o presidente da Império, Juliano Rodrigues, e para a sede da torcida, mas não conseguiu contato.
Nota da UFPR
“A Universidade Federal do Paraná lamenta profundamente o ato de violência ocorrido em frente às suas dependências. Um membro da comunidade foi vítima de agressão física, aparentemente por seu posicionamento político. Ele já foi encaminhado para atendimento médico e não corre risco de morte. Vidros foram quebrados na Biblioteca Central e na Casa da estudante universitária.
A Pró-reitoria de Administração e a Superintendência de Infraestrutura prontamente foram acionadas e já tomaram as devidas providências para garantir a segurança no local e boletins de ocorrência foram registrados.
A UFPR repudia veementemente todo e qualquer ato de violência, de preconceito ou de discriminação e entende que os espaços universitários são ambientes de debate e do exercício de liberdade de opinião. Um espaço histórico e simbólico que deve se manter pleno da democracia e de continua resistência à intolerância, à violência e banidas as formas de opressão.”
Outra confusão
Outra confusão envolvendo a Império Alviverde foi registrada em abril. Naquela oportunidade, aproximadamente 20 integrantes da torcida organizada se envolveram em uma briga com apoiadores de Lula. Os petistas saíam da região da Polícia Federal e seguiam para um acampamento em um terreno particular e se encontram com o grupo de alviverdes, na Avenida Paraná, no bairro Santa Cândida. Membros da torcida provocaram os manifestantes e chegaram a disparar um rojão em direção ao grupo pró-Lula, que estourou no asfalto. Houve xingamentos e empurra-empurra. De acordo com o presidente do PT Paraná, Dr. Rosinha, os torcedores teriam agredido os militantes com barras de ferros e houve feridos. Já o presidente da Império, Juliano Rodrigues, disse que os torcedores reagiram a provocações feitas pelos militantes, que teriam começado a gritar “segunda divisão” e “coxinhas” ao grupo no momento do encontro.
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