No boletim mais recente divulgado pela prefeitura de Curitiba, a cidade registra 228 casos confirmados de Covid-19, mas o número total de infectados é assumidamente muito maior, tendo em vista que os testes estavam sendo destinados, por muito tempo, apenas para quadros graves, com comorbidades e para pessoas que estiveram em locais com maior incidência da doença. Para acompanhar os casos leves, foi montada uma estrutura para monitoramento por telefone. E, até o momento, 6,5 mil pessoas receberam - ou ainda recebem - atendimento pelas equipes de saúde, sendo acompanhadas por um tempo, muitas vezes com telefonemas diários.
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O telefone foi a principal ferramenta para inibir aglomeração de casos suspeitos nas unidades de saúde, que poderiam se transformar em pontos de disseminação da doença. A secretária municipal de Saúde, Márcia Huçulak, conta que no começo de março, quando havia muitas dúvidas sobre a doença e “um certo desespero”, a cidade bateu o recorde histórico de atendimentos presenciais em um único dia nas unidades: 5,6 mil pessoas, bem mais do que os picos de 4 mil em outros momentos.
À medida que os números de telefone passaram a ser divulgados para fazer uma espécie de triagem, à procura pelas unidades de saúde diminuiu e começou o trabalho em outra frente. As pessoas que procuraram a prefeitura com alguma queixa considerada leve (tosse e febre baixa, por exemplo, mas sem dificuldade de respirar) foram orientadas a ficar em casa, que é a principal recomendação para evitar contaminar outras pessoas.
A partir daí a equipe passou a telefonar para os pacientes diariamente para acompanhar a evolução dos casos. Com isso foi possível inclusive descobrir que muitas pessoas, mesmo com sintomas, estavam desrespeitando a orientação de ficar em casa. “Tinha gente saracoteando por aí. Pessoas com quadro respiratório que foram levar os pais idosos para fazer vacina”, conta. Como o mais importante era restabelecer a saúde e evitar a eventual contaminação de mais pessoas no prazo de incubação de 14 dias, não foram realizados testes nos quadros leves. Ou seja, muitos dos monitorados não sabem se estavam com o novo coronavírus.
Como muitas pessoas são assintomáticas ou apresentam sintomas leves – situação ainda não explicada pela ciência – a medida mais efetiva ainda é evitar a proximidade com outras pessoas, pois as gotículas de saliva expelidas na fala podem ser inoculadas, e também a circulação nas ruas, já que o contágio se dá também ao tocar em uma superfície contaminada e levar a mão ao rosto.
Além do telefone, a prefeitura começou a fazer teleconsultas (por vídeo). Já foram 150 e são destinadas a casos que estão tendo piora nos sintomas, mas ainda não são casos de internação hospitalar. O acompanhamento público inclui também a coleta de material para teste de todas as pessoas que morrerem com algum tipo de quadro respiratório alterado.
Os casos de coronavírus seguem aumentando diariamente em Curitiba e no Paraná. O pico para a pandemia, prevista pela Secretaria Estadual de Saúde, será em meados de maio.
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