Após 15 horas de buscas, o corpo do motorista do carro levado pela enxurrada em um rio no bairro Mossunguê, em Curitiba, na noite de terça-feira (16), foi encontrado nos fundos de um condomínio por volta das 13h desta quarta-feira (17). O corpo estava a um 1,5 km da ponte e foi achado pelo funcionário do condomínio, que acionou a Polícia Militar (PM).
Uma viatura da PM se deslocou ao local e, ao averiguar os documentos no bolso da calça do cadáver, confirmou se tratar do engenheiro Joelson Barguinea Fonseca, de 67 anos. Um sobrinho da vítima também foi ao local e confirmou a identidade. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). O carro já havia sido encontrado antes.
- Imagens - carro é levado pela enxurrada no Mossunguê
O motorista desapareceu ao tentar cruzar uma ponte encoberta pela água do rio por causa da forte chuva na Rua Marco Andreatta, por volta de 21h de terça. O incidente foi presenciado pela esposa do engenheiro, que estava no carro de trás. De acordo com o Corpo de Bombeiros, antes de tentar cruzar a ponte, a vítima viu outro carro conseguir passar.“Provavelmente, o carro que passou antes era de maior porte e por isso conseguiu”, avalia o tenente Luiz Henrique Vojciechovski, do Corpo de Bombeiros.
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Vojciechovski afirma que muito dificilmente quem é empurrado por enxurradas de rios é encontrado com vida. Por isso, a orientação é de nunca tentar atravessar pontes encobertas pela água, mesmo com um carro de maior potência. “A orientação é parar o carro em um lugar seguro e esperar a água baixar até que se tenha visibilidade da ponte ou procurar um caminho alternativo”, reforça o tenente.
Reclamações constantes
O rio em que o engenheiro perdeu a vida é alvo de reclamação constante. É a segunda vez em um ano que um carro cai da ponte. Uma vizinha que não quis se identificar disse que em meados do ano passado outro carro foi levado, mas ficou preso nas pedras. Ela disse que os moradores já fizeram abaixo-assinado para a prefeitura fazer obras para tentar baixar o volume do rio, que na noite de terça, segundo os bombeiros, chegou a 3 metros.
Dulce Meira, 64, que mora ao lado da ponte, relata que toda vez que chove o rio transborda. Mas terça-feira a correnteza ficou ainda mais forte pelo tanto que choveu. “Todo mundo começou a gritar aqui quando o rio encheu”, relata Dulce, que mora há 22 anos ao lado do rio e já passou por pelo menos quatro enchentes grandes, de ter de deixar a casa. “A gente pede para eles subirem a contenção, mas nunca temos retorno. Nem sair de casa direito, porque se sai e chove tem que voltar correndo”, reclama.
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