Uma casa de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, recebeu uma hóspede curiosa nesta semana. Giliane de Souza decidiu “adotar” uma coruja após recolher o animal na rua. Ela pensava em cuidar do animal até que algum órgão ambiental fosse buscá-lo, porém, nenhum se responsabilizou por recolher o animal silvestre. Esse é um problema comum na vida de muitas pessoas desde junho de 2017, quando o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Tijucas do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, fechou. Sem solução, foi ela quem teve que se deslocar até a sede do IAP, em Curitiba, para entregar a coruja.
Após o acolhimento, Giliane decidiu alimentar o animal com carne moída e frango, mas não sabia muito bem o que fazer com o animal. “Eu peguei porque vai que algum gato matasse? Ela é bem dócil. Não sei se é porque ela está doente. Achei que, já que ela está só andando, alguém tivesse cortado algo na asa. Mas abri as asas dela e vi que estava tudo bem”, contou.
Mas nos três dias que hospedou a coruja, Giliane tomou um susto: ninguém poderia buscar o animal em sua casa. “Me surpreendi porque ninguém recolheu ela. Achei que alguém viria. Liguei para o IAP e outros lugares, mas ninguém recolhe, tem que levar lá”, explicou. O instituto alega falta de funcionários para fazer o recolhimento dos animais.
A entrega foi feita nesta sexta-feira (23) na sede do órgão em Curitiba, no bairro Rebouças. A mulher ficou mais aliviada, até mesmo pelo destino do animal. “Eles receberam e falaram que iriam mandar para um veterinário. Se ela tivesse condições, iriam tratar e a coruja vai voltar para a natureza. Se não, iam encaminhar para um zoológico”.
Apesar da coruja ter sido levada sem maiores dificuldades, a recomendação do IAP é ligar para o instituto e conversar com um especialista do que deve ser feito. Após a procura da reportagem, o IAP confirmou o recebimento do animal.
Problema antigo
Desde o fechamento do Cetas, o Paraná ficou sem ter um local para abrigar animais silvestres. Por causa disso, várias pessoas têm dificuldades em relação a isso. Em outubro do ano passado, uma moradora do bairro Vila Izabel, em Curitiba, sofreu com a visita de um urubu. Já em janeiro deste ano, uma capivara apareceu em uma lavanderia, também na capital paranaense.
Com isso, as espécies são atendidas apenas pelo IAP, que precisou mudar sua estrutura para garantir o acolhimento dos animais. Entretanto, por falta de equipes, a organização não realiza o resgate, apenas os recebe. Já Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar do Paraná afirma que a captura de animais não é responsabilidade dos policiais. De acordo com o batalhão, sua função é combater crimes como desmatamento e maus-tratos ou tráfico de animais.
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