Uma menina de três anos morreu após ser picada por um escorpião amarelo em Assis Chateaubriand, na região Oeste do Paraná. A menina foi picada pelo animal na noite de segunda-feira (15) e chegou a ser encaminhada na madrugada de terça-feira (16), em estado grave, para o Hospital Universitário, em Cascavel, mas não resistiu às complicações respiratórias e cardíacas decorrentes do veneno do animal.
Saiba o que fazer para evitar o aparecimento de escorpiões
Segundo informações da Regional de Saúde de Toledo, a criança foi levada pelo pai assim que sofreu a picada, no sofá de casa, para o Hospital Beneficente Moacir Michelleto, de Assis Chateaubriand. O homem teria encontrado o aracnídeo e procurou o hospital da cidade. Como a intoxicação se agravou, a menina foi transferida para a unidade de serviço especializado de Cascavel, no começo da madrugada, onde recebeu o soro antiescorpiônico. Ela chegou a ficar internada na UTI pediátrica do Hospital Universitário, mas morreu no final da tarde de terça.
Segundo a diretora da regional de Toledo, Denise Liell, o tratamento feito com a menina seguiu os padrões recomendados para o caso e sua morte foi decorrente de uma combinação de fatores que agravaram seu quadro. “O atendimento foi normal e foi dado o encaminhamento correto para o caso. Não houve demora ou falha de atendimento”, garantiu.
De acordo com a diretora, casos de picada em crianças de até 10 anos e idosos requerem maior atenção, já que são pessoas mais suscetíveis às complicações decorrentes do veneno do inseto. “Conforme o tamanho da criança e a dose do veneno, o caso pode ser mais ou menos grave. Crianças com menos de 10 anos e idosos são mais complicados. A criança pelo tamanho e pela massa corpórea, e o idoso pela própria condição de resposta do organismo”, destacou.
Como evitar
Desde agosto de 2017, ao menos três casos de incidentes com escorpião dentro de casas chamaram a atenção no Paraná — a ponto de se espalhar um boato sobre uma possível infestação em Curitiba. Cláudia Staudacher, chefe da fauna sinantrópica de Unidade de Vigilância em Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde, explica que o animal pode se proliferar com o aumento da temperatura característica do verão. Por isso, algumas medidas como vedar as soleiras de portas, colocar telas em ralos e manter a caixa de gordura bem fechada são necessárias para evitar acidentes.
Quem mora perto de terrenos baldios também pode cavar uma vala entre o terreno e sua residência para evitar o deslocamento de animais peçonhentos. “Com isso, um escorpião que passar por ali pode cair no local e ficar à mercê de um predador”. Além disso, todos devem evitar o acúmulo de lixo e entulho nesses locais. “E, ao visualizar alguém desrespeitando isso, a ação deve ser denunciada”, pontua.
Mesmo com cuidado, escorpiões podem aparecer e, ao encontrá-los, a orientação é entrar em contato com a Unidade de Vigilância em Zoonoses, por meio do telefone 156. O Centro de Controle de Envenenamento, da Secretaria de Estado da Saúde, pode ser contatado pelo telefone 0800 410 148, e serve para esclarecer dúvidas da população, ou mesmo de profissionais de saúde, sobre o que fazer em casos de acidentes com peçonhentos em geral.
Em caso de acidente, a indicação é buscar atendimento médico nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas. “Nestes casos, se for possível levar o animal, é melhor, pois ajuda a identificar o melhor tratamento”, explica Cláudia.
Conheça os sintomas da picada de escorpião
Nem sempre é possível ver o local exato da picada. Por isso, é preciso estar atento a alguns sintomas que podem ajudar a saber se uma pessoa foi vítima de um escorpião. Dor no local e nas proximidades, sensação de queimação na área, dormência e coceira, febre, náuseas e vômitos, além de sonolência e confusão mental são alguns dos sintomas do veneno.
Além dos sintomas visíveis, a intoxicação pode levar a arritmias cardíacas e problemas respiratórios. Em casos moderados e graves, é aconselhado o internamento, e o tratamento consiste no uso de analgésicos e do soro antiescorpiônico.