Parecia um crime sem resposta, mas onze anos depois a solução da morte da menina Rachel Genofre veio à tona e, com ela, os curitibanos acompanharam atordoados os detalhes de um dos assassinatos mais chocantes do Paraná.
O principal suspeito pela morte da estudante de então 9 anos, Carlos Eduardo dos Santos, de 54 anos, foi identificado no último dia 18 de setembro. Ligado a mais cinco crimes sexuais, estava preso em Sorocaba (SP) desde 2016 por estelionato e seu nome chegou à polícia paranaense graças à comparação do DNA recolhido na cena do crime a um banco de perfis genéticos de criminosos de São Paulo. A compatibilidade foi de praticamente 100%. "Pode ter certeza de que o caso está encerrado", destacou o delegado-geral adjunto da Polícia Civil, Riad Braga Farhat, um dia após a identificação do suspeito.
Mas enquanto o assassinato de Rachel Genofre está prestes a ganhar um ponto final, outros crimes brutais cometidos contra crianças e adolescentes em Curitiba e Região Metropolitana seguem à espera de vestígios que façam caminhar investigações.
Tayná da Silva
Um deles é o da morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, de 14 anos, encontrada morta em junho de 2013 em um terreno baldio em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Quatro suspeitos foram presos pela polícia na época, mas exames de DNA revelaram que o sêmen encontrado na roupa da menina não era compatível com os dos suspeitos.
Além disso, o Ministério Público acusou policiais de terem torturado os suspeitos dentro da delegacia de Alto Maracanã, em Colombo, para que confessassem o crime. Atualmente, os quatro rapazes vivem fora do estado, pois foram colocados em um programa de proteção a testemunhas. O homicídio de Tayná, no entanto, continua sem um culpado, embora, assim como no caso Rachel, o material genético também esteja sendo trabalhado em confronto com casos semelhantes pelo Brasil.
Para as autoridades, apesar do esforço empenhado na investigação, chega um momento em que o inquérito parece chegar a um beco sem saída e as pistas ou não são conclusivas ou não levam a um suspeito definitivo. Com o passar do tempo, as evidências esfriam e o crime acaba virando um arquivo morto nos fichários da polícia.
João Rafael Kovalski
Outro caso chamou a atenção da opinião pública. Apesar de não ter havia a comprovação de crime, o sumiço do menino João Rafael Kovalski, de 2 anos, em 28 de agosto de 2013, até hoje não foi elucidado. A família do garoto entende que ele foi levado, mas entre as hipóteses está a de que ele pode ter caído dentro de um rio que passa próximo da residência da família, que fica numa área rural de Adrianópolis, na Região Metropolitana de Curitiba. Outra suspeita, além do rapto, é que o menino tenha se perdido na mata. A polícia fez buscas por toda a região, na época, e apenas um boné que João Rafael usava quando desapareceu foi encontrado às margens do rio. Cães farejadores foram usados para tentar localizá-lo, mas sem sucesso. Também não foram vistos nenhuma pessoa suspeita ou carro nas proximidades da casa quando o garoto sumiu.
Valentina Vieira
Um caso recente e macabro ocorrido em Curitiba pode entrar para a esta lista de crimes não solucionados. No dia 22 de junho de 2018, o corpo de Valentina de Fátima Vieira, de 1 ano e 1 mês, foi roubado no Cemitério do Boqueirão, menos de 24 horas depois de ter sepultado. Entra as poucas pistas, estão as imagens de câmeras nos arredores do cemitério que mostram um veículo Astra verde-oliva em que estariam dois homens vistos deixando o local com o caixão em que estava o corpo da criança. A polícia é taxativa: sem chegar ao veículo, as chances de a situação ter uma reviravolta minguam a cada dia. Segundo testemunha, os suspeitos são homens brancos e de meia idade. No dia em que o corpo da bebê foi levado, o Brasil enfrentou a Costa Rica pela Copa do Mundo, o que deixou as ruas vazias, facilitando a ação dos criminosos - flagrados de longe por uma câmera de segurança das redondezas.
Por outro lado, a família segue na esperança de que o caso tenha uma solução logo. O crime, que ocorreu em meio a uma onda de crimes nos cemitérios da capital, fez com a prefeitura aumentasse a segurança, com presença da Guarda Municipal 24h por dia nos cemitérios de Curitiba.
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