Com 3.248 doses já aplicadas, Curitiba espera chegar a uma cobertura vacinal de pelo menos 85,5 mil crianças contra a poliomielite até o dia 30 de outubro, durante a campanha nacional de vacinação contra a doença. O número corresponde a 95% do público de 90 mil moradores da capital com 0 a 4 anos, índice recomendado como meta de imunização pelo Ministério da Saúde.
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A pandemia de Covid-19 e a tendência de queda nos índices de imunização nos últimos anos serão desafios a serem enfrentados nesta edição da campanha, que ocorre a cada dois anos. Em 2018, o município ficou abaixo da meta, atingindo o índice de 93,4% de cobertura vacinal.
“O próprio sucesso do programa de imunizações do Brasil deu uma falta sensação às pessoas de que a vacina não é mais tão importante”, explica a coordenadora da Central de Vacinas da Secretaria Municipal da Educação, Leia Regina da Silva. “Somado a isso, temos os movimentos antivacina e as fake news que atribuem efeitos adversos a vacinas e que circulam muito rapidamente.”
A poliomielite, também chamada de paralisia infantil, é uma doença provocada pelo poliovírus e pode atingir crianças e adultos, levando, em casos graves, a paralisias musculares, em geral nos membros inferiores, e até mesmo à morte. No Brasil, o último caso de infecção pelo vírus ocorreu em 1989, na Paraíba. Em 1994, o país recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) a certificação de área livre de circulação do vírus.
A erradicação de uma doença, no entanto, não significa que a vacina seja menos necessária. Em 2019, o Brasil voltou a reportar casos de sarampo depois de três anos de erradicada a doença – em Curitiba, a enfermidade reapareceu depois de 21 anos, diante da redução nos índices de imunização contra o vírus.
Em nível nacional, a campanha nacional de vacinação contra a poliomielite teve início nesta segunda-feira (5), simultaneamente à campanha nacional de multivacinação, voltada à atualização das cadernetas de crianças e adolescentes menores de 15 anos. A coordenadora da Central de Vacinas conta que, em razão da pandemia, houve uma diminuição na busca por vacinas neste ano, especialmente entre o público adolescente.
No Paraná, as campanhas foram antecipadas em uma semana, começando no dia 28 de setembro, mas Leia acredita que a busca pelas doses deve se intensificar de fato com o início da campanha nacional, que inclui uma ampla estratégia de divulgação.
Em Curitiba, as vacinas são feitas em todas as unidades de saúde, que estão seguindo protocolos de segurança para evitar a contaminação pelo novo coronavírus.
Este ano, em razão da pandemia de Covid-19, a orientação é que quem estiver com sintomas respiratórios evite comparecer aos postos para não expor outras pessoas ao vírus, aguardando o desaparecimento do quadro. “É importante também para evitar uma falsa atribuição dos sintomas a uma resposta à vacina”, explica Leia.
Para quem tem entre 11 e 12 anos, é importante ainda tomar a vacina meningocócica ACWY, que entrou no calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2020 como prevenção a quatro sorotipos de meningite bacteriana.
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