De promessa tecnológica a grandes “enfeites” do trânsito de Curitiba, mais da metade dos Painéis de Mensagens Variáveis (PMV) da capital estão inoperantes. Apenas 14 dos 44 dispositivos espalhados pela cidade estão funcionando corretamente, número que corresponde a pouco mais de 31% do total, segundo dados da própria Secretaria Municipal de Trânsito (Setran).
Instalados inicialmente no início de 2012, esses painéis deveriam ser usados para informar motoristas sobre as condições do trânsito, alertar sobre eventos programados ou utilizados em campanhas educativas, mas o que os condutores encontram é algo bem diferente. Na maioria das vezes, eles estão simplesmente apagados, enquanto outros funcionam de maneira parcial, com letras distorcidas e textos ilegíveis.
E as câmeras?
Enquanto a maioria dos painéis segue inativa, as câmeras usadas para monitorar o trânsito não foram afetadas pela falta de manutenção. De acordo com a Setran, todos os equipamentos funcionam normalmente, sem registros de aparelhos danificados. O número exato de câmeras, contudo, não foi especificado pela secretaria.
E os equipamentos inativos estão exatamente em áreas em que informações de trânsito seriam muito úteis. Trechos como as avenidas Comendador Franco e Visconde de Guarapuava, além da saída para o interior pela BR-277, logo após o Parque Barigui, têm um alto volume de veículos todos os dias, mas os painéis não ajudam os condutores a saberem a situação da pista.
Segundo a Setran, o problema é causado pela falta de manutenção dos equipamentos. O contrato com a empresa responsável pelo serviço encerrou em julho de 2015 e, ao longo dos últimos dois anos, não foi renovado por questões financeiras durante a gestão Fruet, o que resultou em um acúmulo de problemas que fez com que muitos desses painéis deixassem de funcionar. No entanto, o governo Rafael Greca também não resolveu a situação e nem há data para que isso aconteça.
Segundo a secretaria, um novo processo já está sendo desenvolvido, mas essa regularização esbarra em PMVs ainda estão sob a responsabilidade da Secretaria de Informação e Tecnologia, uma pasta que está em vias de ser desativada e que ainda trabalha para passar as suas competências para os demais setores. No caso, o problema será herdado pela Setran.
Contudo, essa transferência só deve ser finalizada em meados de setembro. Somente a partir desta data é que a secretaria dará andamento à nova licitação, o que significa que a contratação da nova empresa e o conserto dos equipamentos deve ficar somente para o fim do ano. E, enquanto isso, o trânsito segue “às escuras”.
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