As bicicletas compartilhadas estão próximas de retornarem para as ruas de Curitiba. Depois da amarela Yellow, a startup de mobilidade Tembici – conhecida pelas bicicletas laranjas de um projeto patrocinado pelo Itaú – aguarda a liberação para atuar na capital paranaense. A ideia é colocar 500 bicicletas na cidade, o que ajudaria no processo de modernização do plano diretor do município. A marca que irá explorar o uso da bike na cestinha e em parte da bicicleta, ainda não foi definida.
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Há dois anos, a empresa latino-americana Grow (fusão da mexicana Grin com a brasileira Yellow) deixou de operar as bicicletas e patinetes em Curitiba. De acordo com a empresa que ficou um ano na cidade, a saída fez parte de um processo de reestruturação.
Desde a saída da Yellow, a startup brasileira Tembici busca parceiros e conversou com a prefeitura de Curitiba para colocar a bicicleta elétrica e mecânica à disposição dos usuários. A empresa participou de reuniões com órgãos de trânsito e com vereadores de Curitiba para apresentar os objetivos e ideias para melhorar a mobilidade urbana.
Atualmente, a Tembici está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife e Salvador, Brasília e Vitória. Na América Latina, a companhia atua nas cidades de Buenos Aires (Argentina) e Santiago (Chile). Mariana Cruz, coordenadora de Relações Governamentais da Tembici, relatou que Curitiba pode ter um sistema robusto na quantidade de bicicletas.
“A bicicleta é o modal mais eficiente para Curitiba, e imagine instalando o sistema de compartilhamento moderno da Tembici. Vai ser preciso aprofundar o estudo juntamente com os órgãos de trânsito da cidade, mas acredito que de 400 a 500 bicicletas estarão à disposição. É um sistema robusto para Curitiba, e acredito que vai ser um sucesso em breve”, comentou Mariana.
Sistema de aluguel de bicicletas será diferente do anterior
A Tembici tem um modelo diferente de operação das bicicletas, comparada à Yellow. As bikes da empresa precisam ser retiradas e devolvidas em estações. O usuário paga por pacotes diários, mensais ou anuais e pode usar a bicicleta de forma ilimitada, mas em etapas de uma hora cada. Se passar disso, paga um valor adicional a depender do tempo extra. Na Yellow, a pessoa deixava a bicicleta em qualquer ponto da cidade.
“A pessoa desbloqueia a bicicleta próximo a alguma estação com um código no celular ou leitura de QR Code na própria bicicleta e utiliza por um tempo, devolvendo em uma outra estação tendo um plano especifico contratado por cartão de crédito. Nós focamos no usuário fidelizado, e ele não precisa pensar na manutenção ou segurança da bicicleta”, orientou a coordenadora.
O uso diário da bicicleta colabora com a cidade, que vai ter menos carro circulando, e proporciona ao usuário um olhar diferente para as avenidas e ruas. Sharline Dockhorn, 49 anos, reforça que esse serviço em Curitiba traria vantagens para todos os setores. “Eu acho legal, pois tem vários benefícios com o compartilhamento. Passear pelos parques com a bicicleta seria um passeio ideal. A pessoa observa mais a cidade e ainda auxilia na saúde”, comentou a turista gaúcha que visitava a capital paranaense.
Além desses fatores, a alta dos combustíveis e os congestionamentos, são motivos que têm levado as pessoas a analisarem os seus hábitos e gastos mensais, sendo o transporte um custo relevante nas contas do mês.
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Prefeitura diz que edital está sendo finalizado
De acordo com a prefeitura de Curitiba, o edital com o projeto está em fase de elaboração final. Com a publicação, vai ser realizada a abertura de concorrência para que as empresas interessadas mostrem todo o plano. O serviço de compartilhamento de bicicletas será prestado somente por meio das OMTAs (Operadoras de Modal de Transporte Ativo) autorizadas pela prefeitura.
O uso de bicicletas, mecânicas ou de pedal assistido, deverá respeitar as regras de circulação contidas nas resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e no Programa Bicicleta Brasil (PBB). As bikes também deverão ser equipadas com sistema GPS e ter identidade visual (adesivos ou pinturas visíveis) que facilitem a identificação pelos usuários do sistema e pela fiscalização de trânsito.