Usuários do transporte público pedem mais pontos de recarga do cartão em Curitiba.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo/Arquivo

Os pontos de maior circulação de ônibus em Curitiba não vendem passagens para o cartão do próprio sistema de transporte. Apenas seis dos 23 terminais da cidade têm esse serviço, que é feito por bancas de doces e revistas. O sétimo ponto - no terminal Santa Felicidade - está com a máquina de compra de créditos estragada há alguns meses. A preocupação é maior ainda diante da proposta do prefeito Rafael Greca de extinguir os cobradores em todos os ônibus da cidade, deixando apenas a bilhetagem eletrônica como forma de pagamento.

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Os seis terminais em que é possível fazer a recarga são Campina do Siqueira, Portão, Campo Comprido, Centenário, Boa Vista e Fazendinha. Somando esses endereços aos outros 12 pontos de recarga – 11 bancas no Centro e a sede da Urbs, na Rodoferroviária –, a capital tem apenas 18 locais em que se pode comprar créditos para o transporte público. Nessa conta entraram apenas os endereços em que a Urbs informa em seu site que as máquinas estão funcionando -- outras duas estão em manutenção.

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“É ruim porque para eu conseguir fazer a recarga, eu tenho que me deslocar. Não consigo fazer nos meus pontos de embarque e desembarque de todos os dias”, explica a atendente Rosa Melo, que embarca no terminal Santa Cândida e vai até o Centro para trabalhar. A salvação de Rosa, nas palavras dela, são os outros 11 pontos de venda fora de terminais, “porque a fila para fazer a recarga na sede da Urbs não tem como enfrentar”.

Esses outros 11 pontos ficam todos em bancas da região central - como nas praças Carlos Gomes, Rui Barbosa e Tiradentes - concentrando as recargas por ali. Na região Norte da cidade, um dos pontos de venda com maior circulação de pessoas é uma banca no Terminal Boa Vista, que recebeu a máquina para comercializar as passagens em setembro e desde então tem vendido cerca de 40 passageiros por dia. “Tem gente colocando pouca passagem, tem gente colocando a do mês inteiro. Mas o que é mais notável é que os usuários descem aqui só para isso”, conta Gabriel Alves, funcionário da loja.

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Além das recargas presenciais, é possível comprar passagem para o cartão por meio do site da Urbs. No entanto, essa opção também não é muito acessível, segundo os usuários: “O boleto só pode ser pago no Banco do Brasil, e leva vários dias até que o novo saldo fique disponível, aí fica complicado”, conta a vendedora Thays Lourenço, que usa o cartão diariamente entre a região Sul e o Centro de Curitiba e também é a favor de mais pontos de venda.

Para conferir o endereço dos atuais pontos de venda de créditos para o cartão-transporte, acesse o site da Urbs

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Novos pontos de venda

A boa notícia é que a situação deve mudar em breve: no fim de setembro, a Urbs lançou um edital para cadastrar novas empresas para oferecerem a venda de passagens. De acordo com o documento, as empresas homologadas deverão ter no mínimo cem pontos de venda em toda a cidade. O órgão espera conseguir o cadastro de empresas de máquinas de cartão - o que permitiria aos passageiros recarregar os cartões em lotéricas, farmácias, bancos e supermercados, por exemplo.

Segundo a Urbs, a Caixa Econômica Federal foi uma das empresas que se mostraram interessadas em oferecer o serviço, porém ainda não há nada definido.

Conforme as regras do edital, a novidade também virá com um custo extra. No lugar de R$ 1 por recarga, a taxa de compra custará entre R$ 3 e R$ 10, dependendo da quantidade de passagens.

Apesar da homologação de pontos de venda de grandes redes, isso não significa, tampouco, que será o fim da venda dos créditos em banquinhas. De acordo com a Urbs, há uma nova licitação sendo elaborada para o início de 2019 para habilitar comércios menores, mas sem previsão de data para sair.