A chuva forte da manhã desta segunda-feira em Curitiba e região – que em alguns bairros veio acompanhada de granizo – , somada ao volume acumulado nos últimos cinco dias, fez com que a primeira quinzena do mês superasse com folga a média histórica de precipitações para todos os 31 dias de agosto.
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Tradicionalmente mais seco, agosto costuma ter em Curitiba uma média de 80 mm de chuva. Até as 9h45 da manhã desta segunda-feira, o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) registrava um acumulado para o mês de 99 mm. Toda a precipitação ocorreu a partir do dia 11, justamente quando entrou em vigor o rodízio da Sanepar de 36h x 36h, ou seja, um dia e meio com água seguido de um dia e meio sem água. A chuva mais intensa aconteceu na quinta (21,4 mm) e na última sexta-feira (40,3 mm), enquanto nesta segunda foram 29,2 mm pela manhã.
Além da chuva intensa, nesta segunda (16), após uma madrugada de raios e trovoadas, houve registro de várias ocorrências de granizo, nos bairros Cajuru, Uberaba, Jardim das Américas e Mossunguê. O fenômeno também foi registrado em Balsa Nova, Campo Largo e Colombo.
Tanto volume d’água impactou no nível dos reservatórios que abastecem a cidade e a região metropolitana. No primeiro dia do rodízio mais severo o índice médio das represas estava em 47,2%. Nesta segunda, o índice já tinha subido 4 pontos percentuais e chegou a 51,05%.
Apesar da sensível melhora da condição das represas, a Sanepar não prevê afrouxamento das medidas restritivas em curto prazo. Em nota, a companhia informou que o rodízio “é uma medida necessária não apenas para atender a demanda do momento, mas principalmente para garantir o fornecimento de água com regularidade mesmo em situações mais críticas que combinam temperatura e consumo elevados e queda na captação”. A empresa destaca que “graças ao rodízio, o Sistema de Abastecimento de Água Integrado de Curitiba (SAIC) não entrou em colapso em novembro do ano passado”.
Para decidir sobre a continuidade e as fases do rodízio, a Sanepar informou que leva em consideração não somente o volume de chuva, mas também o nível de consumo, o nível das barragens e as projeções dos órgãos de meteorologia.
Segundo o Simepar, a chuva deve dar uma trégua na tarde desta segunda-feira, mas tem previsão de retorno no próximo fim de semana, já na sexta-feira à noite, com a chegada de uma nova frente fria. Em médio prazo, se realmente for confirmado o fenômeno La Niña, a tendência é de chover menos nos próximos meses. No entanto, a definição de qual fenômeno climático se estabelecerá só deve acontecer no início ou meio da primavera.