A temperatura alta dos 15 primeiros dias de inverno, próximos de 25°C, está gerando uma inversão nos produtos vendidos no comércio de Curitiba. Nas lojas, roupas pesadas, como casacos e botas, precisam de promoção para terem saída, enquanto que a procura por roupas leves, como camisetas e chinelos, cresce a cada dia. O mesmo acontece em bares e restaurantes: sucos e sorvetes são a grande pedida justamente na época em que os campeões de venda deveriam ser o chocolate quente e o café.
A diferença é bastante sentida no comércio do Centro de Curitiba. Na loja de roupas da marca Schooner, por exemplo, as araras de roupas de verão são poucas, mas têm sido as mais procuradas. “Enquanto a maior parte da loja apresenta roupas de frio, é a sessão de peças mais leves e fresquinhas que tem chamado a atenção dos clientes nesses dias de sol”, admite a vendedora Eliziane Graff. Com isso, o estabelecimento precisou se reorganizar e já começou as promoções de casacos. “Tem produtos com até 60% de desconto para impulsionar as vendas”, comenta.
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O mesmo acontece na loja Scarpini Calçados. Ali, o cliente encontra já na entrada da loja uma grande faixa mostrando a queda nos preços das botas. “Quando esquenta, é comum começarmos a vender sandálias e outros sapatos. Então, a promoção incentiva a pessoa a levar uma bota também porque sabe que vai esfriar”, disse a gerente de vendas Daniele Barreto de Jesus.
No entanto, ela garante que as vendas da loja não sofreram queda porque a empresa sempre está preparada para as mudanças no clima. “Temos produtos para todas as estações e até solicitamos um novo carregamento de sandálias que chegarão nos próximos dias”, adiantou.
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Comidas e bebidas
No setor de alimentação, os comerciantes também percebem a inversão. Segundo o sorveteiro Osni Souza, o aumento nas vendas durante os dias ensolarados tem sido significativo desde o começo do inverno. “O ano inteiro tem gente tomando sorvete, mas quando sai o sol, a procura é muito maior”, afirma.
A comerciante Lourdes Teixeira, proprietária do Café Senadinho, no calçadão da Rua XV de Novembro, também percebeu o aumento nas vendas de produtos típicos de verão em pleno inverno. “No inverno, costumamos deixar nossa máquina de sorvete desligada e só colocamos para funcionar quando um cliente pede. Só que esse ano tivemos que mudar isso”, afirmou.
Segundo Lourdes, os pedidos por sorvete nos últimos dias aumentou tanto que o equipamento precisou permanecer ligado para atender a clientela. “A gente percebe claramente: enquanto o sorvete saía, nossas vendas de chocolate quente diminuíam”, compara.
O frio vem?
Ao que tudo indica, as sequências de dias intensamente gelados tão típicas do inverno não terão vez este ano em Curitiba e nem em lugar nenhum do Paraná. De acordo com a empresa de meteorologia Climatempo, como a estação tende a ser bem menos rigorosa do que as anteriores, é quase zero a possibilidade de novos recordes de temperaturas mínimas na cidade. Assim, além de o pior do frio já ter passado, não há previsão de quando as baixas temperaturas retornam — ou seja, o veranico deve continuar por mais um tempo.
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