Duas moradoras da região de Curitiba tiveram de lidar com um problema um tanto quanto incomum: na busca por um animal de estimação um pouco diferente, elas optaram por mini pigs que, de mini, não tinham nada. A raça de porco é conhecida justamente por seu pequeno porte, já que seu peso varia entre os 18 e 25 quilos. No entanto, no caso dos suínos curitibanos, os animais chegaram ao dobro dessa marca.
E esse crescimento acelerado surpreende os donos a ponto de, em alguns casos, muitos não conseguem mais ficar com o animal em casa. A professora universitária aposentada Márcia Motta, de 70 anos, conta que adotou o porco Sir Frederick Francis Bacon de uma amiga que não tinha mais condições de cuidar do animal em seu apartamento por causa de seu crescimento acelerado. Com apenas sete meses, o suíno — que também é chamado “carinhosamente” de Chico Torresminho — já pesa 50 kg e é maior que os cachorros com quem divide o quintal.
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Contudo, para Márcia, o tamanho exagerado do mini pig não é um problema. “Já morei em uma chácara em Niterói, no Rio de Janeiro, onde também tive outros animais exóticos, como lagarto e bicho-preguiça. O Fredinho é uma figura: dengoso, engraçado e muito inteligente. É como uma criança de cinco anos levada dentro de casa”, conta.
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Quem também teve que lidar com o crescimento além do esperado de seu pequeno porco foi a administradora Jéssika Costa. Como o seu Torresmo não parava de crescer, ela precisou tirá-lo do apartamento no bairro São Gabriel, em Colombo, e levá-lo para a chácara da sua mãe, no mesmo município da Região Metropolitana de Curitiba.
À medida que Torresmo crescia, Jéssika começou a buscar informações e encontrou outras pessoas que passaram pela mesma situação. Diante disso, ela decidiu criar um grupo para compartilhar dicas e cuidados, promover encontros e principalmente conscientizar as pessoas que podem ser enganadas em relação ao tamanho real do animal. “Muita gente compra achando que não vai crescer muito e eles crescem engordam”, aponta a tutora do porco.
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Sucesso exótico
Apesar de serem surpresas para suas donas, tanto Francis Bacon quanto Torresmo se tornaram celebridades . “Tem gente que vem na porta para ver o Fredinho. Todo mundo brinca com ele”, revela a professora aposentada Márcia Motta. “Tenho amigos e pessoas que trazem as crianças só para ver ele e sempre que meus netos vêm aqui, fazem festa com ele”, destaca.
O carinho com o porco é tão grande que Márcia já desenvolveu até mesmo um ritual para fazê-lo dormir. Para o suíno cair no sono, somente recebendo carinho e com uma canção de ninar um pouco diferente, no qual a dona vai descrevendo a anatomia do animal. “Eu chego e passo a mão no lombinho dele e vou cantando, mostrando a costelinha, a paleta (que é a perna dianteira), a panceta (barriga), a bochecha, a orelhinha e quando chego no focinho ele balança o rabo e faz bico. Ele adora atenção o dia todo”, conta aos risos.
Segundo Jéssika, a curiosidade das pessoas em torno do Torresmo é tão grande que ela criou uma conta no Instagram para compartilhar as peripécias do porco. Atualmente, o animal já possui quase mil seguidores. “O pessoal sempre quer saber dele e, sempre nos passeios, parava e perguntava se ele ia crescer. Não tem como ver um porco e não parar. Ele é inteligente, carinho e muito genioso, consegue convencer a pessoa a dar comida, senta, faz manha, abre a comida dele e até a geladeira”, conta a administradora.
Cuidados
Além de precisar de espaço e atenção, os porcos exigem paciência e disposição dos donos. Tanto Márcia como Jéssika destacam que é preciso ficar atento ao crescimento deles e a estrutura para que eles vivam da melhor forma — além de um bom dinheiro para dar conta dos gastos necessários.
Márcia gasta, em média, R$ 100 por mês para manter os cuidados básicos de Francis Bacon, o que inclui a alimentação e o shampoo. E ele costuma ser exigente: ele come uma porção de ração de coelho três vezes ao dia — mas só se tiver milho ou amendoim. Às vezes, o cardápio varia e a alimentação também conta com frutas e verduras com pepino, berinjela e banana.
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