O carpinteiro Sony que morava em uma casinha de madeira na calçada da Rua Marechal Deodoro, entre as ruas João Negrão e Tibagi, no Centro de Curitiba, tem um lar para morar. José Valsonir Gauer, 60 anos, teve a casinha de madeira retirada da calçada semana passada. Segundo postagem do prefeito Rafael Greca (PMN) no Facebook, Sony, como é conhecido, foi convencido pela Fundação de Ação Social (FAS) a deixar de vez as ruas. Mas nos últimos meses ele já não mais pernoitava mais na calçada: em março, recebeu uma ajuda providencial, uma casa para morar no bairro Barreirinha. E também está namorando.
A ajuda veio de uma advogada, que ofereceu o imóvel ao carpinteiro, que produz artefatos de madeira como a própria casinha em que morava. E o apoio veio de forma inesperada, a partir de um bilhete deixado com um sanduíche e uma garrafa de café na casinha da Marechal Deodoro. “Inicialmente, eu não liguei. Lá ia aceitar ajuda de estranho?”, revela Sony.
Dias depois, a autora do bilhete apareceu. “Eu nunca tinha visto aquela pessoa na minha vida. Mas olhei o rosto dela e parecia que eu a conhecia há anos”, diz Sony, que resolveu aceitar a proposta da advogada de ir conhecer a casa.
Sony não sabe explicar, mas de primeira gostou do lugar e aceitou morar lá. Isso aconteceu dia 30 de março. A casinha de madeira continuou na Marechal Deodoro até semana passada, para onde ele continuou indo na parte do dia para vender seus artesanatos e pegar mais encomendas. De noite, voltava para a residência no Barreirinha, até que a frequência de idas ao Centro foi diminuindo.
A advogada levou Sony ao médico para tratar a depressão a qual o acometia. O carpinteiro hoje está melhor e está quase deixando de lado os remédios da depressão. Ao ponto de voltar à produção de utensílios, como casinhas de passarinho, bonecas, mesas, banquinhos, entre outros objetivos. Quem quiser fazer encomendas, o telefone é (41) 3252-0635.
Namorada
As coisas estão evoluindo tão bem para Sony que ele está até namorando há três meses. A namorada é uma das pessoas que vinha ajudando o artesão nos últimos há meses. “No começo, ela me chamava de Sr. José. Havia o maior respeito e nenhum de nós tinha interesse um no outro. Mas a amizade foi surgindo. Ela passou de ‘Sr. José’ para ‘José’. E de uns dois meses para cá agora é ‘Meu José’”, conta ele. “Ela é especial. Uma mulher se interessar por um cara como eu? Só por Deus mesmo”, diz.
A namorada prefere anonimato, mas tem a mesma idade que ele e possui um negócio próprio.
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