A Cidade Industrial de Curitiba (CIC), o Água Verde e o Boqueirão são os bairros da capital paranaense com o maior número de resgates de animais silvestres feitos pelo Batalhão de Polícia Ambiental Força Verde (BPAMB). Em 2016, essas regiões tiveram 11, oito e oito ocorrências, respectivamente. Os números dizem respeito a casos sem ilicitude, ou seja, que não constituem crime ambiental, e integram um total de 145 ocorrências atendidas pelo batalhão durante todo o ano passado.
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A maior parte desses animais são aves nativas do Paraná. Logo em seguida vêm os mamíferos e répteis, como cobras. Segundo Álvaro Gruntowski, capitão do BPAMB , gaviões, corujas e gambás são alguns dos bichos que costumam ter presença notificada ao batalhão. “A população acaba ficando incomodada quando os animais aparecem em suas casas, por exemplo, e telefona para que façamos o resgate”, esclarece.
A presença dessas e outras espécies em centros urbanos acontece principalmente em bairros com grande extensão de área verde ou próximos de rios e parques. Muitas vezes, porém, a intervenção da polícia acaba sendo solicitada sem necessidade. “As pessoas precisam entender que nós ocupamos o lugar dos animais e transformamos o habitat deles em área urbana. É inevitável esbarrarmos neles de vez em quando”, analisa Gruntowski.
A principal causa para o aparecimento desse tipo de fauna, segundo o capitão, é justamente a destruição cada vez mais intensa dos habitats naturais. Ele sustenta que com o crescimento das áreas urbanas e degradação do meio ambiente, os animais acabam indo para a cidade em busca de alimento e abrigo.
O que fazer?
Quando um animal silvestre é encontrado, a primeira orientação do BPAMB é não tentar manuseá-lo. Caso a presença do bicho não represente risco ao humano, o ideal é esperar que ele vá embora sozinho. “É importante lembrar que não é permitido manter animais silvestres em cativeiro, a não ser em casos específicos, devidamente autorizados”, alerta Gruntowski.
O capitão ressalta que o trabalho de resgate de animais não é uma competência legal do BPAMB. Em tese, esse serviço é feito pelo batalhão apenas em casos de risco eminente à vida humana. Ainda assim, o departamento acaba desenvolvendo o serviço por conta da ausência de outras entidades atuando nessa função. “ Com certeza essa tarefa não deveria ser feita pela Polícia Ambiental, mas não há uma disposição clara e expressa na legislação se o manejo desses animais deveria ser feito pelo órgão ambiental estadual (IAP) ou municipal (SEMA ou urbanismo)”, esclarece.
Colaborou: Cecília Tümler
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