Termina nesta quarta-feira (18) a validade do atual decreto municipal de enfrentamento à Covid-19 em Curitiba. A bandeira atual é a amarela, a menos restritiva de todas, e pode ser substituída pela laranja caso a Secretaria Municipal de Saúde entenda que a situação atual da pandemia na capital assim exija. A publicação de um novo decreto, renovando as medidas atuais, ou endurecendo o combate ao coronavírus, é esperada para o fim da tarde.
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Se forem levados em conta os dados divulgados diariamente pela Secretaria Municipal de Saúde, uma mudança não seria surpreendente. A média móvel de novos casos está em 655 e com tendência de alta de 53%. Este cenário já foi registrado anteriormente em novembro de 2020 e fevereiro de 2021, períodos que antecederam os dois piores picos da pandemia na capital.
Esta mesma tendência se verifica com o número de casos ativos de Covid-19, que são os pacientes que estão infectados com o coronavírus e com potencial de transmissão da doença. A divulgação do boletim mais recente, na terça-feira (17), trouxe a informação que em Curitiba há 7.121 pessoas nessa situação. O índice é 21% maior do que o registrado nos últimos 14 dias, e pode ser ainda maior do que os números oficiais por causa de uma natural subnotificação dos casos, como explicou o médico infectologista Bernardo Montesanti Machado de Almeida à Gazeta do Povo.
“Provavelmente para cada caso identificado haja outros dois contaminados que não foram testados e podem estar circulando e transmitindo o vírus. Se você tem um caso que não é identificado, essa pessoa provavelmente não vai se isolar. Ela pode ser assintomática, pode achar que está com um resfriado bobo, ou mesmo uma rinite. E esse quadro pode não ser grave para esse indivíduo, mas ele pode transmitir o coronavírus para outras pessoas. Essa cadeia de transmissão segue sendo perpetuada, e faz com que o vírus atinja uma pessoa idosa, vulnerável, que pode então desenvolver a forma grave da doença”, avaliou Almeida.
7 mil mortes nesta semana
O número de mortes diárias provocadas pela Covid ainda está longe dos registrados em março deste ano – no dia 21 daquele mês, Curitiba teve o triste recorde de 38 óbitos divulgados em um só dia. Mas o boletim desta terça-feira (17) traz um dado preocupante: 20 mortes confirmadas no mesmo boletim. Isso não ocorria desde 13 de julho, quando o documento trazia 21 mortes.
A capital apresenta uma média móvel de 16 mortes por dia, com tendência de alta de 13,5%. Nesse ritmo, a marca dos 7 mil óbitos provocados por complicações da Covid-19 deve ser batida ainda nesta semana – Curitiba contabiliza nesta terça-feira 6.938 mortes por Covid.
O índice Rt, um indicativo da transmissão da Covid-19 entre as pessoas, está em 1,16 – o que significa que 100 pacientes infectados têm potencial de transmitir a doença para outras 116 pessoas. O ideal é que o Rt esteja abaixo de 1, o que significaria que a pandemia está em desaceleração. Este cenário ocorreu entre 3 de junho e 26 de julho – com dois pequenos períodos de taxa acima de 1 neste meio tempo –, mas, desde o fim do mês passado, a taxa está em tendência de alta. Como os dados são atualizados de forma retroativa e o Rt mais recente leva em conta os dados de 6 de agosto, quando havia 1,3 mil casos ativos de Covid a menos em Curitiba, a velocidade atual da transmissão da doença pode ser ainda maior.
Vacinas e taxa de ocupação de leitos
Por outro lado, dois índices - a taxa de ocupação de leitos e a vacinação em Curitiba -, podem ajudar a segurar a bandeira amarela na cidade por mais tempo. Entre os leitos SUS exclusivos para o tratamento da Covid-19 em Curitiba, a taxa média de ocupação é de 3 para cada 4 disponíveis. O número é alto, mas não tão elevado quanto em maio de 2021, quando extrapolou os 100% de ocupação. Naquele período, Curitiba avançou da bandeira laranja para a vermelha.
Já segundo o “vacinômetro” da Prefeitura, mais de 1,171 milhão de pessoas já receberam ao menos uma dose dos imunizantes. Aqueles que tomaram as duas doses da vacina ou foram imunizados com a Janssen, de dose única, somam 522 mil, um fato comemorado pela médica infectologista Marion Burger, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Curitiba.
“Nós temos esse fator muito importante agora que é termos mais de um milhão e cem mil pessoas já vacinadas. Isso não havia em nenhum dos outros picos da pandemia. É o que nos anima, pelo menos na perspectiva de haver menos casos graves e menos óbitos em decorrência disso”.
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