Além do delegado de Almirante Tamandaré, outras duas pessoas foram presas na Operação Cerne do Gaeco.| Foto: Aniele Nascimento/Aniele Nascimento

Um delegado e outras duas pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (28) sob suspeita de receberem vantagens indevidas na delegacia de Almirante Tamandaré, região metropolitana de Curitiba. De acordo com a Polícia Civil do município, atualmente, o delegado preso já não estava na cidade e atuava em Rio Branco do Sul. Ele foi solto no começo da noite, após a Justiça expedir um alvará de soltura.

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A ação faz parte da Operação Cerne, do Ministério Público do Paraná (MPPR), e coordenada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga o recebimento de propina e desvio de dinheiro dentro da unidade. O nome do delegado não foi informado.

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Ao todo, foram três mandados de prisão temporária e seis conduções coercitivas, além de dez mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da 1ª Vara Criminal de Almirante Tamandaré. Além do delegado, dois estagiários também foram presos.

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De acordo com o coordenador estadual do Gaeco, Leonir Batisti, a investigação teve início após denúncias de que a delegacia estava fazendo acertos, inclusive com traficantes da região para fazer vista grossa às ações criminosas. “Havia recebimento de dinheiro para uma espécie de proteção. Ele pagava a delegacia para poder atuar sem uma atuação policial. Era algo para manter uma convivência”, revela.

Batisti conta que havia também desvio de dinheiro na liberação de alvarás. Segundo ele, como os alvarás precisam passar pelo sistema geral da Secretaria Estadual de Segurança Pública para serem liberados, os investigados utilizavam vistos e, com isso, ficavam com o dinheiro. “Isso quebra o funcionamento da máquina”, diz o coordenador.

As buscas e apreensões foram cumpridas em Curitiba e região metropolitana, em residências e em um cômodo específico da Delegacia de Almirante Tamandaré. Na casa de um ex-escrivão, afirma Batisti, foram encontrados pelo menos 39 celulares e munição. Três das conduções coercitivas envolvem policiais civis.

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Corregedoria

A Corregedoria Geral da Polícia Civil informa que acompanhou a operação. Todos são suspeitos de concussão (crime praticado por funcionário público, em que exige vantagem indevida). Paralelamente ao inquérito policial, será aberto um procedimento administrativo disciplinar para apurar o fato. Caso fique comprovada a transgressão disciplinar imputada ao servidor, ele estará sujeito a pena de demissão.

A direção da Polícia Civil enfatiza que qualquer ato em desconformidade com as regras de conduta contidas nas leis e no estatuto da corporação será rigorosamente apurado pela instituição.