A vinda do ex-presidente Lula a Curitiba no dia 3 de maio promete tumultuar o trânsito e o fluxo de pessoas nas imediações da Justiça Federal, na Rua Anita Garibaldi, no bairro Ahú, em Curitiba. A Polícia Federal (PF), a Polícia Militar (PM) e a Secretaria Municipal de Trânsito (Setran) têm se reunido nos últimos dias para discutir as estratégias de segurança para a data em que haverá o primeiro depoimento pessoal do ex-presidente ao juiz Sérgio Moro dentro das investigações da Operação Lava Jato.
O depoimento de Lula poderá mobilizar até 700 ônibus chegando a Curitiba para se manifestar contra e a favor do ex-presidente.
De acordo com a Setran, existe há a intenção de estabelecer dois pontos de desembarque no Centro da capital. Um dos grupo deverá descer na Praça Santos Andrade e o outro, na Boca Maldita.
Após o desembarque, os ônibus deverão ser levados para uma área no bairro Capão da Imbuia.
Ainda não há certeza sobre quantidade de pessoas que deve marcar presença na região. Entretanto, a Frente Brasil Popular - grupo capitaneado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), com participação do Movimento dos Sem Terra (MST) e o Partido dos Trabalhadores (PT) - calcula que 60 mil pessoas, vindas de caravanas de outros estados, estarão em Curitiba para acompanhar o depoimento de Lula. Há possibilidade também que manifestantes anti-Lula também marquem presença em frente a Justiça Federal de curitiba para protestar, o que deve aumentar o volume de pessoas.
Nos cálculos da Setran, o número de manifestantes contra e a favor ao ex-presidente pode chegar a 100 mil pessoas. Haverá bloqueio de ruas no entorno do prédio federal, que fica no número 888 da rua Anita Garibaldi. Em frente à Justiça Federal já há um protesto permanente, com uma barraca que ocupa parte da calçada, em apoio ao juiz Sergio Moro.
A Setran informa que aguarda a definição da PF e da PM de qual será o perímetro em que será feito o bloqueio de segurança para estabelecer onde os agentes de trânsito ficarão para bloquear e orientar o trânsito. Segundo órgão de trânsito, existe a possibilidade de serem feitos bloqueios em um raio de até 400 metros da Justiça Federal. De acordo com a prefeitura, até 200 guarda municipais e 20 viaturas da Setran devem ser deslocados para trabalhar na operação especial de 3 de maio.
Ainda não está definido como ficará a circulação de moradores da região do Ahú em 3 de maio. Com o grande fluxo de pessoas, uma das possibilidades é de que as pessoas que residem na região tenham que fazer um cadastro para circular, a exemplo do que ocorreu com os moradores do Água Verde na época da Copa do Mundo de 2014 por causa dos jogos na Arena
Em grandes eventos, é comum que haja três anéis de isolamento e que cada órgão fique responsável por um deles. No primeiro, a PF fica responsável pela segurança do prédio. No segundo, a PM faz a segurança do entorno. No terceiro, a Setran cuida do luxo de veículos.
O último grande protesto no entorno da Justiça Federal ocorreu em 4 de dezembro do ano passado. Na ocasião, segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de 8 mil pessoas protestaram a favor das 10 medidas contra a corrupção e contra o projeto de lei que prevê a punição por abuso de autoridade. Os organizadores estimaram um público de 15 mil. Essa quantidade já foi suficiente para bloquear diversas ruas ao redor do prédio da rua Anita Garibaldi. Portanto, um público de mais de 50 mil pessoas seria suficiente para bloquear até a rápida da região, a Rua Campos Sales, já no Alto da Glória.
Um bloqueio na região também deverá provocar mudanças nos itinerários de linhas de ônibus. Pelo menos seis linhas passam pela Rua Anita Garibaldi: Terminal Barreirinha, Paineiras, Ahu, Laranjeiras, Fernando de Noronha e Santa Gema.
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