A tarde do depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba, nesta quarta-feira (14), teve mais policiais do que manifestantes na Justiça Federal (JF), no bairro Ahú. Enquanto o número de apoiadores de Lula ficou entre 100 e 150, a quantidade de agentes da Polícia Militar (PM) foi de 250 - criando uma média de quase dois policiais para cada manifestante. As estimativas são da PM. O depoimento durou quase 3 horas.
Apesar da quantidade de PMs parecer exagerada, a corporação garante que o efetivo não tinha como tarefa apenas garantir a ordem dos manifestantes. “A missão específica da Polícia Militar foi garantir toda a segurança do trajeto do ex-presidente Lula, desde a saída da Polícia Federal até a Justiça Federal”, explicou o coronel Péricles de Matos, comandante do primeiro CRPM.
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Mesmo assim, o movimento na região é bem menor do que em outras situações, como o último depoimento de Lula na JF. “Desta vez foi bem mais tranquilo, creio que pelo avançado estágio processual, além de por conta da nossa manutenção do diálogo com todas as partes envolvidas”, avaliou Matos. Para manter a ordem, a PM cercou diversas áreas de calcada e da praça em frente à Justiça Federal, cada uma reservada a grupos distintos - como os próprios policiais, os apoiadores de Lula e a imprensa. Além disso, uma das faixas da rua Anita Garibaldi segue interditada até o fim do depoimento.
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Para avaliar a necessidade de mais ou menos agentes, a PM tem policiais descaracterizados observando o local. São eles os responsáveis por repassar as necessidades na região, fazendo o trabalho de inteligência social.
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O coronel acrescentou que, por enquanto, não havia como ter uma estimativa dos custos da operação. “Nós temos varias tropas entrando e saindo de serviço. Então os custos só saberemos quando fecharmos a operação”, explica. Em outro depoimento de Lula, em maio de 2017, os gastos da PM chegaram a R$ 110 mil.
Apesar terem ficado mais calmos após a chegada do ex-presidente, os arredores do prédio da JF tiveram novo pico de movimento com o fim da oitiva de Lula. O depoimento terminou por volta das 18h, quando o petista voltou ao prédio da superintendência da PF, no Santa Cândida. Ele saiu em comboio em direção ao local, e não foi visto dentro de nenhum dos carros da polícia, que tinham os vidros escuros. Na chegada no Santa Cândida, manifestantes do Movimento Sem Terra (MST), chegaram a fazer um corredor para receber o ex-presidente, mas o comboio acabou passando por outra entrada da Polícia Federal, onde apenas seis apoiadores aguardavam.