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Casos de colmeias em residências, árvores e postes do bairro têm incomodado a população. | Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo
Casos de colmeias em residências, árvores e postes do bairro têm incomodado a população.| Foto: Rodrigo Felix Leal/Gazeta do Povo

Depois de um ataque de abelhas deixar duas pessoas hospitalizadas - uma em estado grave - há cerca de duas semanas, no Água Verde, moradores do bairro estão preocupados com a grande quantidade de colmeias na região. Sem saber a quem recorrer para retirar os enxames, a população não pode contar com o auxílio da prefeitura de Curitiba ou do Corpo de Bombeiros para a remoção dos insetos e é obrigada a resolver a situação com profissionais contratados particularmente.

Saiba o que fazer se tiver uma colmeia em casa

Um exemplo é uma colmeia em uma árvore na calçada da Rua Goiás, no cruzamento com a Rua Pará. Apesar de a prefeitura afirmar que retira as colmeias quando estão em vias públicas, o caso não foi atendido pela gestão municipal após solicitação de moradores. “Faz meses que essas abelhas estão aí. Quem passa pela calçada, às vezes, não toma cuidado para não pisar nelas, o que pode irritá-las”, conta Igor Bay, morador da casa em frente ao enxame. Chama atenção a quantidade de insetos voando na rua, mas, segundo Bay, a família não tem dinheiro para remover os insetos.

Já o Corpo de Bombeiros afirma só atender situações emergenciais, como a que as duas mulheres se feriram com as picadas das abelhas no último dia 20. “Para casos urgentes, como o das duas mulheres, temos uma equipe que faz a retirada dos insetos com roupas especiais”, explica a tenente Ana Paula Bagge, do 1º Grupamento do Corpo de Bombeiros. No caso do ataque na Rua Santa Catarina, a colmeia já estava grande quando três pessoas foram fazer a jardinagem da residência e acabaram levando centenas de picadas. Por isso, a orientação é de que as pessoas tomem alguma providência quando a colmeia ainda está pequena.

No último dia 20, bombeiros foram chamados para atender mulheres atacadas por enxameAniele Nascimento/Gazeta do Povo

Outras residências do Água Verde também já encontraram colmeias. Algumas, inclusive, alojadas em locais inusitados. “Um poste do lado aqui de casa vivia cheio de abelhas saindo, tinha um ninho lá dentro”, afirma Francisco Cidade da Silva Filho, proprietário de um prédio a uma quadra de onde aconteceu o ataque. O receio de caminhar por ali só não foi maior do que a preocupação quando duas colmeias de vespas se alojaram no edifício. “Uma eu tirei há vários meses. A outra retirei na segunda-feira passada, com um apicultor que cobrou R$ 150 para o trabalho”, revela. O valor, porém, está abaixo do preço de mercado e foi feito porque o profissional já se encontrava na região para outro serviço.

A presença dos insetos interfere também no trabalho de outros profissionais, como leituristas da Copel. “Duas vezes eu já encontrei colmeias nas caixas de medição. Em uma delas, eu não consegui chegar perto e tive que voltar em outro momento, com as abelhas mais calmas”, conta o leiturista Daniel Cunha, que costuma trabalhar na região do Água Verde e Capão Raso. Cunha explica que usou o sistema interno da Copel para comunicar a presença das abelhas, mas que em uma das ocasiões o morador não sabia que providência tomar.

O que fazer

Apesar de não retirar as colmeias em residências, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente orienta a população a entrar em contato com a Associação Paranaense de Apicultores (APA) para a retirada. A APA, por sua vez, indica profissionais particulares que fazem o serviço de apicultura em Curitiba.

A remoção dos insetos, segundo a APA, costuma sair por cerca de R$ 200 a R$ 350 para colmeias pequenas - valor que, muitas vezes, a população não está disposta a pagar. “O problema é que, para os apicultores, nem sempre é vantajoso fazer esse serviço. Eles conseguem unidades da espécie de outras formas menos trabalhosas”, explica Álvaro Tadeu Munhoz, engenheiro agrônomo e apicultor da empresa Unimel.

Para o apicultor, o ideal seria que as políticas de remoção de abelhas fossem revistas. “Precisávamos reunir associações de apicultores e prefeitura para elaborar um plano de ação melhor”, opina.

Enquanto isso, a solução é recorrer ao serviço pago. Apesar da orientação de ajeitar a situação com a colmeia pequena, independente do tamanho do ninho, Munhoz reforça que não se deve mexer com os insetos, que podem se sentir ameaçados e atacar. E, enquanto os insetos continuam na residência, é necessário manter distantes animais domésticos, além de evitar situações que incomodam as abelhas - como muito barulho ou fumaça.

Para obter indicações de apicultores, basta entrar em contato com a APA pelo telefone (41) 3256-0504.

Colaborou: Cecília Tümler

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