Uma das testemunhas do caso Daniel, jogador de futebol morto em outubro na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), saiu do Paraná com medo de ameaças recebidas após prestar depoimento à polícia. Não identificada, a testemunha foi a primeira a depor, mas foi na tarde desta segunda-feira (19), que seu advogado entregou cópias das mensagens com as ameaças à investigação. As informações são do Boa Noite Paraná, da RPC.
De acordo com a reportagem, a testemunha - um jovem do sexo masculino - teria participado do encontro com a família Brittes em um shopping da RMC (foto), onde teria sido combinada uma versão dos fatos. Mas, após prestar depoimento, recebeu mensagens de áudio e texto alertando que estaria correndo perigo, e que “caras da pesada” estariam atrás dele. De acordo com o advogado da testemunha, Jacob Filho, o jovem saiu do estado por medo.
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Novo depoimento
Também na tarde desta segunda, Eduardo Purkote, de 18 anos, prestou depoimento na delegacia de São José dos Pinhais. No depoimento desta segunda, que durou cerca de 20 minutos, Purkote reafirmou que não pegou a faca que Edison Brittes Júnior usou para matar Daniel, e que em nenhum momento agrediu o jogador ou destruiu o celular de Daniel. Ele também manteve a declaração de que teria ido à residência dos Brittes pela primeira vez na noite do crime, e não saberia nem onde encontrar uma faca na cozinha.
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Purkote está em prisão temporária desde a última quinta-feira (15), devendo ficar encarcerado por 30 dias. O delegado decidiu prendê-lo após constatar divergências em depoimentos. Na primeira versão do caso, Edison Brittes Júnior tentou preservar Purkote, dizendo que ele mesmo havia arrombado a porta ao ouvir gritos de socorro da esposa Cristiana Brittes, 35 anos, que afirma que Daniel teria tentado estuprá-la - hipótese praticamente descartada pela polícia. Na sequência, Edison mudou a versão, dizendo que quem arrombou a porta foi Purkote, que é enteado do ex-vice-prefeito de São José dos Pinhais, Jairo Melo.
Além de Brittes Júnior, Cristiana e Purkote, testão presos Allana Brittes (18 anos, filha do casal), Eduardo Henrique da Silva (19 anos), Ygor King (19) e David William Silva (19). Segundo a reportagem do Boa Noite Paraná, da RPC, o advogado de defesa Ricardo Dewes afirmou que vai pedir a liberdade de Purkote.
O caso
O corpo de Daniel Corrêa Freitas foi encontrado em um matagal em São José dos Pinhais no dia 27 de outubro com sinais de tortura: o pescoço estava quase degolado e o pênis decepado. Daniel veio a Curitiba participar da festa de aniversário de Allana Brittes, filha de Edilson Brittes Jr, no dia 26 de outubro. Após participar da comemoração em uma casa noturna no bairro Batel, o jogador foi para outra festa na casa de Edison, dono de um mercado em São José dos Pinhais.
À polícia, o empresário admitiu ter matado o jogador após tê-lo flagrado tentando estuprar sua esposa - versão questionada pela polícia. O jogador chegou a enviar via Whatsapp a um amigo imagens dele ao lado da esposa de Edison na cama do casal, o que teria levado o empresário a cometer o assassinato. Nas fotos, Cristiana dorme enquanto o jogador faz caretas.
Daniel foi espancado na casa da família e levado para um matagal no porta-malas do carro de Edison. De acordo com o empresário, ele decidiu matar o atleta com uma faca que tinha no carro. Entretanto, Eduardo afirmou em seu depoimento nesta segunda-feira (12) que viu Edison pegar a faca na cozinha da residência.
Antes de ser preso, o empresário chegou a ligar para a família e para amigos de Daniel a fim de prestar solidariedade. Allana também trocou mensagens com uma parente de Daniel afirmando que não houve briga na casa da família e que o jogador foi embora sozinho na noite do assassinato.
Daniel teve passagem apagada pelo Coritiba em 2017, prejudicada por lesões. Natural da cidade de Juiz de Fora (MG), teve também passagens por Cruzeiro, Botafogo, São Paulo, Ponte Preta e estava atualmente no São Bento de Sorocaba (SP). O corpo do jogador foi enterrado no dia 31 de outubro na cidade de Conselheiro Lafaiete, também em Minas Gerais.
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