O anúncio da saída do módulo da Polícia Militar do Passeio Público, no Centro de Curitiba, preocupa frequentadores, moradores e comerciantes que atuam na região. Até o fim do ano, a central de operações será transferida para a antiga sinagoga Francisco Frischmann, entre as ruas Saldanha Marinho e Cruz Machado, no entorno da Praça Santos Dumont.
Quem trabalha nas imediações do Passeio Público teme que o parque mais antigo da capital fique ainda mais vulnerável. “Antes da polícia vir para cá era difícil e eu lembro bem. Tinha alguns terrenos baldios onde os assaltantes podiam se esconder. Agora não têm mais esses terrenos, mas se a polícia não vai mais estar aqui de guarda, não duvido que volte a ser igual”, avalia Morassis Cavalheiro, de 61 anos, que tem uma loja de reparos de eletrônicos
O comerciante Elias Mendes Moraes, dono de um pet shop próximo dali, relata que já se acostumou a ver pessoas correndo depois de serem assaltadas na região. “A gente vê isso quase todo dia” , diz ele, que recentemente, teve duas bicicletas roubadas da loja. O prejuízo foi R$ 1 mil.
Para evitar roubos durante a noite no estabelecimento, Moraes paga cerca de R$ 200 por mês para uma empresa que presta serviços de monitoramento noturno, o que o impede de contratar mais um atendente para o pet shop. “Quem sabe se não tivesse de pagar por segurança as coisas ficariam mais folgadas e poderíamos voltar a pensar no assunto”,observa.
Mais patrulhamento
Quem usa o Passeio Público para o lazer também tem receio do que pode ocorrer com a saída da PM do local. O aposentado Horst Kestener, de 82 anos, circula com os cachorros pelo local todos os dias e disse não ter gostado da notícia. “Fiquei preocupado, claro. É ruim, mas vai piorar. O que a gente espera é que a prefeitura coloque guardas municipais para patrulhar. Pelo menos não iria desandar tanto”.
Os moradores do entorno também seguem descontentes. O síndico de um condomínio na Rua Presidente Carlos Cavalcanti, que preferiu não ser identificado, analisa que o trabalho da PM no Passeio já não é suficiente para gerar segurança. Mesmo assim, pondera ele, a saída dos policiais deixará a vizinhança ainda mais acuada. “Se com a polícia não tínhamos o mínimo de coibição pra nos dar segurança, imagina sem. Vai cair por terra”, lamenta o morador. “Ficamos preocupados com o que vai ser daqui pra frente. É visível o aumento de tráfico e prostituição na região. Eu mesmo já vi, pelas câmeras de segurança, gente depositando droga no nosso jardim”, reforça.
Segundo a Secretaria Municipal de Defesa Social, parte dos 22 agentes da Guarda Municipal designados para atuar na área central da cidade tem feito patrulhamento no Passeio Público. O destacamento de novos guardas para trabalhar especificamente dentro do módulo, até então usado pela PM, ainda está em estudo, já que a sede da GM fica a 100 metros do Passeio.
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