O fim de semana foi de aglomeração em diversos bares de Curitiba. Largo da Ordem (Centro), Prainha da Itupava (Hugo Lange), Shopping Hauer (Batel) e Mercado Sal (Portão) estiveram movimentados e com muita gente desrespeitando medidas de proteção contra o novo coronavírus, sem respeitar a distância mínima de 1,5 m entre as pessoas e o uso de máscara.
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O retrato desta situação é preocupante no momento em que ocorre um aumento no número de infectados e já provoca a ocupação de 63% das Unidades de Terapias Intensivas (UTI) na capital. No último boletim da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgado no sábado (6), Curitiba tinha 1.290 casos confirmados com 58 mortes.
Nas imagens que circulam nas redes sociais, é fácil perceber que as pessoas, geralmente os mais jovens, estão afrouxando completamente as recomendações de distanciamento social e pior, sem uso de máscaras. Aglomerações em volta de mesas de bares são acentuadas por bandas promovendo a dança das pessoas foram flagradas no fim semana.
No Mercado Sal, vila gastronômica no bairro Portão, reabriu dia 29 de maio e com menos de dez dias de funcionamento colocou música eletrônica e banda ao vivo na praça interna do espaço. O resultado foi aglomeração domingo (7), com mais de 50 pessoas flagradas em vídeo, todas muito próximas umas das outras, dançando junto, se beijando. Em vídeo compartilhado nas redes sociais, só se vê uma pessoa usando máscara.
O prefeito Rafael Greca (DEM) mostrou indignação ao ver o vídeo e mandou notificar o Mercado Sal. “Mandei a fiscalização lá e estão notificados. Isso não condiz com a imagem dos curitibanos. Se repetir a incidência, eu casso o alvará dali e de todos. O vírus mata e é necessário um novo comportamento social. Eu preciso da educação sanitária das pessoas “, alertou o prefeito em entrevista ao jornal Meio-Dia Paraná da RPC.
O diretor do Mercado Sal, Ricardo Buzzi, relata que todo o procedimento de segurança foi realizado, mas as pessoas não permaneceram nas mesas e com as máscaras – o decreto estadual quanto o municipal deixam bem claro que os estabelecimentos são responsáveis por fiscalizar o cumprimento das medidas por parte dos clientes. Ao notar a gravidade da situação, o estabelecimento cancelou o show.
“Instruímos todos os clientes para que não se aglomerassem. Quando percebemos que isso não estava acontecendo, paralisamos o show. Fizemos novamente as recomendações e percebemos que não tinha jeito e cancelamos. Vamos repensar para frente e será feito um reforço no procedimento na operação atendendo a legislação vigente”, esclareceu Buzzi.
Associação dos bares
O descumprimento de medidas obrigatórias em Curitiba também preocupa o setor de bares e restaurantes. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar-PR), Fabio Aguayo, foi informado das aglomerações do fim de semana e acredita que o problema está na conscientização das pessoas que frequentam os lugares.
“Ninguém está utilizando 30% da capacidade total do espaço. O problema em grande parte desses casos são as pessoas que consomem fora do bar. Eles levam a própria bebida e se aglomeram na rua. A maioria dos casos foi em lugares abertos e arejados”, aponta. “Tem muita gente preocupada com quem busca a alegria que para muitos ajuda na saúde mental ao sair de casa. Naturalmente, estamos sempre dispostos a ajudar trabalhando na conscientização dos clientes”, aponta Aguayo.
A reportagem procurou os responsáveis pelo Shopping Hauer e Prainha da Itupava. No caso do Hauer, uma nota deve ser divulgada ainda nesta segunda-feira com novas medidas para evitar futuros problemas. Já com a Prainha da Itupava o contato não atendeu as ligações.
Notificações feitas pela prefeitura
A prefeitura afirma que a Secretaria Municipal do Urbanismo fez no fim de semana 12 fiscalizações, em ações diurnas e noturnas, em diferentes bairros da cidade, com 11 notificações por descumprimento da prevenção de Covid-19 e seis notificações por inadequação de alvará. Houve embargo de um bar com aglomeração no momento da vistoria, no bairro Cristo Rei.
Desde o dia 17 de abril, foram feitas 263 fiscalizações com 229 notificações sobre questões relacionadas à Covid-19 e 112 notificações por irregularidades apresentadas nos alvarás. Os fiscais também aplicaram ações de embargo em 26 estabelecimentos que acabaram tendo as atividades encerradas no ato da fiscalização.
O trabalho faz parte da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) – força tarefa que além da fiscalização do município tem as polícias Militar e Civil, Corpo de Bombeiros, Conselho Tutelar, entre outros órgãos. Muito das visitas dos agentes ocorre por denúncias da população via Central 156 da prefeitura.
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