Ilustração do IPPUC mostra como deverá ficar a nova rua da cidadania da Cidade Industrial| Foto: Reprodução / IPPUC
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Uma disputa judicial entre engenheiros e arquitetos está atrasando em mais de um ano o projeto da nova Rua da Cidadania da Cidade Industrial de Curitiba (CIC).  Em abril de 2020, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) lançou edital para a apresentação do projeto, prevendo a participação de engenheiros e arquitetos. O Conselho de Arquitetura e Urbanismo (Cau) pediu a impugnação e a exclusão dos engenheiros, alegando ser um serviço específico de arquitetura.

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O Ippuc acatou o pedido e reformulou o edital. Em seguida, o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná (Crea-PR) pediu a suspensão da licitação, defendendo a ampla participação das duas categorias. Na semana passada, o Crea-PR informou que a 1ª Vara Federal de Curitiba, decidiu em favor da categoria, determinando a inclusão de engenheiros no edital.

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“Essa briga não é do Ippuc, nós acatamos o que a legislação manda e estamos fazendo o que a justiça nos determinou”, afirma Célia Bim, diretora de projetos do Instituto. Ela informa que um novo edital está sendo preparado, contemplando a participação de engenheiros e arquitetos. O processo para a contratação do projeto deve se estender até o final desse ano. A obra deve ser contratada em 2022, com a execução prevista para 18 meses, quando o novo equipamento público será entregue à população.

“Não poderíamos deixar um processo de licitação de uma obra pública sem a possibilidade da ampla participação dos profissionais paranaenses”, destaca o presidente do Crea-PR, Ricardo Rocha, que comemora a decisão da justiça. O presidente do Cau/PR, Milton Zanelatto Gonçalves, informa que vai recorrer da decisão por entender que o que o edital pede é atribuição exclusiva de profissionais de arquitetura.

Prefeitura paga aluguel de R$ 27,9 mil por Rua da Cidadania da CIC

Enquanto permanece o impasse entre engenheiros e arquitetos, a prefeitura de Curitiba continua pagando 27.939,65 mensais pelo aluguel do imóvel onde está hoje instalada a Rua da Cidadania da CIC, a única das dez existentes em Curitiba que ainda não tem espaço próprio. “O projeto é exatamente para transferir o equipamento público para um imóvel próprio da prefeitura, mais adequado ao atendimento da população”, explica a diretora do Ippuc. “Será na Vila Nossa Senhora da Luz, o primeiro conjunto habitacional de Curitiba”, diz Célia Bim.

Ela informa que a área será revitalizada para a integração com outros serviços ofertados pela prefeitura que já funcionam no local. A novidade é que a Rua da Cidadania da CIC será a primeira a contemplar uma estrutura de energia solar. “Já estamos incorporando o conceito de sustentabilidade, com a instalação de painéis solares para a geração própria de energia”, explica a diretora.

A nova rua terá 14, 5 mil metros quadrados e vai custar cerca de R$ 50 milhões. A diretora informa que, por conta do atraso, a prefeitura está negociando a prorrogação do financiamento, que já estava garantido, pela linha Finisa, da Caixa Econômica Federal, destinada a obras de infraestrutura e saneamento. “Caso isso seja negado, teremos que buscar outra fonte”, informa.

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As ruas da cidadania funcionam como postos avançados da prefeitura nos bairros para a descentralização de serviços, como emissão de documentos e do cartão transporte. Nas ruas há também agências do Sistema Nacional de Emprego (Sine) e da Companhia de Habitação (Cohab), o Conselho Tutelar, a Fundação de Ação Social (FAS), além de serviços de educação, esporte e lazer.

Ilustração do IPPUC da nova Rua da Cidadania da CIC
Atual endereço da Rua da Cidadania da CIC
Ilustração do IPPUC da nova Rua da Cidadania da CIC
Ilustração do IPPUC da nova Rua da Cidadania da CIC
Ilustração do IPPUC da nova Rua da Cidadania da CIC
Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]