Duas das quatro mulheres que morreram no acidente envolvendo uma viatura da Polícia Militar na tarde de terça-feira (31), em Curitiba, eram parentes. Verginia Gouvea Enes, de 67 anos, tinha recém-passado por uma rodada de exames no Hospital Erasto Gaertner quando o ponto de ônibus onde ela, a nora Elizandra Maltezo Araujo Lustosa e outras duas mulheres estavam foi atingido pelo carro que seguia na canaleta e realizou uma manobra para desviar de um pedestre.
O acidente, um dos mais graves dos últimos tempos na capital, parou o trânsito da rodovia por horas, enquanto quase uma dezena de equipes do Siate, além do helicóptero da Polícia Rodoviária Federal (PRF), tentavam socorrer as vítimas. No entanto, Verginia, que tratava de um câncer descoberto há apenas um mês, morreu no local. Elizandra chegou a receber atendimento no hospital, mas também não resistiu e morreu no fim da tarde.
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De acordo com Rayane Silva, neta da Verginia, a avó tinha ido ao hospital fazer exames para dar continuidade ao tratamento de um câncer de mama descoberto no início do mês de julho. A idosa estava acompanhada da nora Elizandra, que morava com a família na parte de baixo da casa da sogra, no bairro Tatuquara. “Minha tia tratava minha vó como mãe e sempre acompanhava ela nas consultas”, comentou Rayane. A idosa prestava serviços voluntários na Igreja Universal do Reino de Deus, e Elizandra trabalhava em uma farmácia do bairro. A atendente tinha três filhos: duas meninas, uma de 15 e outra de 12, e um menino de 7 anos.
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Outras vítimas
Além de Verginia e Elizandra, outras duas mulheres morreram no acidente. As colegas de trabalho Fabiana Maria da Silva e Franciele Aparecida dos Santos, de 29 e 33 anos, haviam acabado de sair da empresa em que trabalhavam, na região da Linha Verde, e aguardavam o ônibus quando a viatura as atingiu.
Franciele será enterrada às 17h desta quarta no Cemitério Paroquial do bairro Orleans. O corpo de Fabiana foi levado para Diadema, em São Paulo, onde mora parte da família. Verginia e Elizandra estão sendo veladas desde as 6h na Capela Mortuária Monteiro Lobato, no Tatuquara. O enterro está marcado para as 17h, em Campina Grande do Sul.
Em coletiva de imprensa feita na noite passada, o tenente-coronel da PM Mario Henrique do Carmo lamentou profundamente o ocorrido e definiu o acidente como uma fatalidade. “Nós temos uma quantidade de câmeras na região que podem ajudar a investigar o acidente, mas o que eu posso garantir é que a PM irá tomar as providências”, disse. A corporação reforçou que a velocidade da viatura estava compatível com os limites do trecho. Os dois policiais que estavam na viatura tiveram ferimentos moderados.