Uma das testemunhas das agressões ao jogador Daniel Côrrea Freitas na casa da família Brittes, em São José dos Pinhais, região de Curitiba, contou à Polícia Civil que ela e outras pessoas que estavam na festa limparam o imóvel para eliminar as manchas de sangue da vítima. O relato é de Evellyn Brisola, que teria ficado com o jogador na festa de Allana Brittes, 18 anos, filha do empresário Edison Brittes Jr, 38 anos, assassino confesso do atleta. Segundo a testemunha, foi Edison quem determinou a manipulação do local. As informações são do Jornal Hoje, da Rede Globo, que teve acesso ao depoimento.
Uma das mulheres que estavam na festa teria limpado a área externa. Já Evellyn, outros convidados, Allana e Cristiana Brittes – esposa de Edison - limparam o quarto do casal. De acordo com a testemunha, o grupo rasgou o colchão da cama para retirar as manchas de sangue, mas o objeto acabou sendo queimado pro eles juntos com os documentos de Daniel.
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A testemunha disse ainda que Cristiana não chegou a pedir socorro - no depoimento, ela, a filha e o marido afirmaram que Daniel passou a ser espancado após uma tentativa de estupro, o que é contestado pela investigação. De acordo com Evellyn, Cristiana tentou impedir que o marido agredisse Daniel, mas foi repreendida por ele.
Após o crime no matagal, quando Edison e outros três suspeitos retornaram para o imóvel em São José dos Pinhais, Evellyn afirma que Allana perguntou ao pai o que teria feito com Daniel e ele respondeu que tinha matado o jogador.
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Em entrevista à Globo, o advogado da família Brittes, Cláudio Dalledone Júnior, defendeu que seja feita uma acareação para investigar os pontos divergentes apontados pelas testemunhas e pelos suspeitos.
Já o defensor da família de Daniel, o advogado Nilton Ribeiro, discorda da necessidade de uma acareação e disse que “a sociedade cobra agilidade na condenação” dos envolvido na morte de Daniel.
Depoimentos
A primeira testemunha a ser ouvida na tarde desta terça (13) foi uma adolescente de 17 anos, prima de Cristiana e namorada de Eduardo Henrique da Silva, que estava na casa no dia em que o jogador foi agredido. Por ser adolescente, o advogado dela, Edson Stadler, preferiu preservá-la e a jovem não falou com a imprensa. Mas o advogado mostrou que a jovem é apenas testemunha e está colaborando com todas as informações que sabe.
Além de prestar depoimento, ela levou algumas roupas para Eduardo, que está detido na Delegacia de São José dos Pinhais. Apesar de Eduardo dizer no interrogatório que sua namorada já dormia quando tudo aconteceu, o advogado da jovem não confirmou se ela realmente dormiu e não viu nada, ou se ela acordou e presenciou algo, em algum momento.
Evellyn já tinha prestado depoimento na segunda-feira e esteve de novo na delegacia, na tarde desta terça-feira, e, na saída, não conversou com a imprensa. O advogado deça, Luiz Roberto Zagonel, apenas disse que a jovem, que é amiga de Allana, estava assustada e com medo porque presenciou toda a agressão dentro da casa dos Brittes.
Ainda conforme outro defensor de Evellyn, Rafael Lima Torres, o objetivo da ida dela à delegacia novamente foi o de reconhecer um dos suspeitos, pois, conforme ela, participou das agressões contra Daniel, dentro da residência da família Brittes. A polícia apresentou a elas várias fotografias e ela reconheceu um dos jovens como sendo um dos agressores.
Ata notarial
O advogado que auxilia a família de Daniel, Nilton Ribeiro, também passou pela delegacia à tarde. Ele foi levar uma ata notarial, para ser anexada ao inquérito policial. Ata notarial é um documento feito em cartório, com fé pública, no qual se registra alguma informação. Neste caso, a informação registrada na ata foram as mensagens que Allana Brittes trocou pelo Whats App com Eliana Correa, mãe do jogador. E nelas, Allana mente dizendo que Daniel saiu andando sozinho da casa da família Brittes, na manhã de sábado, e que ninguém mais o viu depois. Também se mostra surpresa quando a família do jogador recebe a notícia de que o corpo no IML é de Daniel.
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