Explosão no apartamento ocorreu durante aplicação de impermeabilizante de sofá.| Foto: Aniele Nascimento / Gazeta do Povo

A empresa Impeseg, que executava o serviço de impermeabilização no apartamento que explodiu sábado (29) no bairro Água Verde, em Curitiba, fazia a mistura de produtos químicos altamente inflamáveis sem autorização da Delegacia de Armas e Munições (Deam), divisão da Polícia Civil responsável pela permissão de manejo e armazenamento de produtos que possam causar combustão.

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A explosão seguida de incêndio matou uma criança de 11 anos e deixou três adultos feridos, dois em estado grave. Os moradores do prédio seguem sem poder voltar a seus apartamentos até que um engenheiro civil contratado pelo condomínio entregue um laudo técnico à Defesa Civil. Nesta quarta-feira (3), mais alguns moradores foram liberados para subir e retirar pertences.

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As informações foram repassadas pelo delegado da Deam, Adriano Chohfi, após depoimento da proprietária da Impeseg, Bruna Formankuevisky Lima Porto Correa, e o marido José Roberto Porto Correa na terça-feira (2).

A empresa também armazenava os produtos inflamáveis em local impróprio na sede da empresa, no bairro Xaxim. A Impeseg também não tinha alvará de funcionamento da prefeitura de Curitiba para funcionar - a licença só foi solicitada ao município na última segunda-feira (1.°), dois dias após a explosão

A mistura dos produtos impermeabilizantes feita pela Impeseg utilizava dois componentes químicos de alta combustão. O hexano e o rocca, que é um álcool etílico, são utilizados como solventes. Ambos são altamente inflamáveis e, quando reunidos, podem ser utilizados como impermeabilizante.

Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.
Explosão em apartamento no bairro Água Verde matou um menino de 11 anos e deixou três pessoas gravemente feridas.

“Eles compravam os produtos separadamente, faziam a mistura e colocavam o rótulo da empresa. Isso não poderia ser feito”, enfatiza o delegado.  No depoimento à polícia, o casal afirmou que há empresas que vendem o produto já misturado para fins de impermeabilização.

Procurado pela reportagem, o advogado do casal, Roberto Brzezinski, disse que a defesa não vai se manifestar por enquanto em nada sobre a investigação do caso.

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Supervisor

Antes do depoimento do casal, que ocorreu das 16h às 18h20 de terça-feira (2), o supervisor da Imperseg, Everton Gesse Skau, foi ouvido como testemunha no caso. Skau disse que a empresa não ofereceu nenhum tipo de curso técnico para aplicação do impermeabilizante e que havia apenas um capacete de segurança para 10 funcionários. O supervisor trabalhava na empresa há apenas 11 dias quando ocorreu a explosão no Água Verde.

Em contrapartida, o advogado Roberto Brzezinski, que defende o casal dono da empresa, afirma que as instruções de segurança e o método de aplicação foram ensinados e que as declarações por parte do supervisor são infundadas. De acordo com o advogado, com apenas 11 dias de empresa ele não teria conhecimento sobre os procedimentos adotados na Imperseg.

Ainda de acordo com a defesa do casal, as instruções de segurança foram repassadas ao técnico que aplicou o produto, Caio Santos, de 30 anos, que segue internado em estado grave no Hospital Evangélico Mackenzie com 65% do corpo queimado. Ele trabalhava na empresa há dois anos e já tinha feito mais de 100 impermeabilizações.

As instruções repassadas aos profissionais eram de manter as portas e janelas abertas e assegurar que não houvesse ninguém dentro do local.

Além do aplicador, também está internado o casal que morava no apartamento. Raquel Lamb, de 23 anos, é irmã do menino que morreu. Ela teve 55% do corpo queimado e está em estado grave na UTI do Hospital Evagélico Mackenzie. O marido de Raquel, Gabriel Araújo, 29 anos, teve 30% do corpo queimado. Ele segue internado, mas já deixou a UTI.

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]