O Senado Federal autorizou na tarde desta terça-feira (30), a concessão de empréstimo no valor de US$ 75 milhões (equivalente a mais de R$ 420 milhões), com juros de 2% ao ano, entre o New Development Bank (NDB) e o município de Curitiba. O recurso vai financiar parcialmente a implantação do Ligeirão Leste-Oeste, ligando, com ônibus elétricos, o terminal da Cidade Industrial de Curitiba (CIC) ao município de Pinhais, na região metropolitana.
Cadastre-se e receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
O investimento total será de US$ 93,75 milhões. A diferença, de US$ 18,75 milhões, será a contrapartida municipal. O projeto integra o Programa de Mobilidade Sustentável de Curitiba e será executado ao longo de cinco anos, a partir da assinatura do contrato de financiamento, que deve acontecer ainda este ano.
Em novembro último, o financiamento já havia sido autorizado pela presidência da República, com garantia da União. Mas, dependia de aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A comissão avaliou em regime de urgência e aprovou o pedido na sessão deste terça-feira (30).
O relator da proposição foi o senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR). Na defesa, o senador argumentou que “a taxa de juros da operação (2% ao ano) é muito boa e inferior à praticada pela União (4,35% ao ano)”. E destacou que a atual situação de endividamento do município comporta novas obrigações financeiras.
“Curitiba tem um sistema de transporte privilegiado, é quase um metrô a céu aberto, com canaletas exclusivas para os ônibus expressos. Esse dinheiro vai reforçar e melhorar ainda mais esse sistema”, destacou o senador.
Mais rapidez e menos poluição
A prefeitura de Curitiba diz que a obra representa “a evolução do transporte”. Os passageiros ganharão 23 minutos no tempo de deslocamento, com o aumento na velocidade média em 35%. Os ônibus comportarão 5% mais passageiros do que os atuais. Além disso, haverá redução das emissões de CO2 em 14%.
O corredor Leste-Oeste deve ser o primeiro a operar com ônibus elétricos. Também está prevista a eletromobilidade, com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), no Inter 2, linha circular que passa por todos os eixos da cidade.
Entre as obras previstas no corredor Leste-Oeste estão a reforma e ampliação pontos de parada existentes e a reestruturação de aproximadamente 22,5 km de canaletas exclusivas e de 7,5 km de vias complementares ao sistema de transporte.
Também estão previstas a implantação de três estações de transporte, a reforma do Terminal de integração Centenário e Vila Oficinas e a reconstrução dos terminais Capão da Imbuia e Campina do Siqueira. A reforma dos terminais contempla a geração de energia elétrica por painéis fotovoltaicos permitindo a eficiência e a autossustentabilidade energética.