Nesta sexta-feira (19), representantes dos hospitais, estabelecimentos de saúde, operadoras de planos de saúde e do comércio de Curitiba realizaram uma reunião on-line, com a secretária municipal de saúde, Márcia Huçulak. As entidades reforçaram o apoio às medidas de isolamento tomadas pelo poder público. Elas temem que o sistema de saúde entre em colapso muito em breve na capital por causa da pandemia do coronavírus, já que taxa de ocupação nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) vem se mantendo alta.
De acordo com os participantes do encontro virtual, há risco iminente de colapso na rede de saúde, caso não sejam respeitadas as medidas restritivas. O consenso no setor é que se a propagação do vírus não for contida, aumentar o número de leitos disponíveis não será suficiente para dar conta da pandemia.
A análise é corroborada pela secretária. “É uma situação muito difícil para nós. Temos que tomar decisões todos os dias para tentar proteger a sociedade porque só a abertura de leitos não vai funcionar”, explicou Márcia Huçulak.
Mesmo destacando os problemas econômicos causados ao varejo, Camilo Turmina, presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), também endossou a necessidade de isolamento social. Já o presidente da Unimed Curitiba Rached Traya pediu um "salto de ousadia" nas ações de combate ao coronavírus, reforçando as medidas já tomadas antes que o caos se instale.
No encontro, cujo objetivo era traçar uma estratégia em comum para conter o avanço da Covid-19, os representantes da área da saúde pediram ainda apoio das entidades da sociedade civil, especialmente no respeito e valorização dos profissionais de saúde, que vêm sofrendo preconceito e hostilidade por parte da população no transporte coletivo.
No momento, Curitiba conta com 5.730 leitos gerais nos hospitais privados (sendo que 3.588 são associados do Sindipar, Femipa, Ahopar e Fehopar) e 927 UTIs (sendo que 618 são associados das entidades).
Desde o início da pandemia, em 11 de março, 2.663 casos de novo coronavírus já foram confirmados e 99 pessoas morreram vítimas da Covid 19 em Curitiba. Os dados são desta sexta-feira (19), quando a taxa de ocupação de UTIs SUS para Covid-19 estava em 77%, com 223 leitos ativados. Os hospitais públicos e privados já estimavam na quarta-feira ocupação entre 85% e 100% das UTIs em geral, sem distinção entre Covid e outras internações, pois há hospitais que não têm UTIs específicas.
Participaram da reunião os presidentes do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná - Sindipar, Flaviano Ventorim, que conduziu a reunião, da Unimed Curitiba, Rached Traya; da Cassi, Eduardo Lourenço Barbos; da Fundação Copel e representante do Movimento Pró-Paraná, Marcos Domakoski; da Bradesco Saúde, Maire Oliveira; diretores dos hospitais Marcelino Champagnat, Nossa Senhora das Graças, Vita, Nações, Erasto Gaertner, São Vicente, Maternidade Curitiba, Maternidade Curitiba, Sugisawa, Heildelberg. A Associação dos Hospitais do Paraná - Ahopar, presidida por Márcia Rangel, e a Federação das Santas Casas de Misericórdia e Hospitais Beneficentes do Estado do Paraná – Femipa, também presidida por Flaviano Ventorim, acompanharam a reunião.