A descida da escada rolante do lado interestadual da Rodoviária de Curitiba não funciona há pelo menos três meses. O equipamento inerte é parte de um cenário de falta de manutenção da rodoviária, que além da escada rolante tem assentos com o estofamento rasgado, banheiros sujos e várias lojas fechadas - neste caso, fruto do aluguel alto e do momento econômico.
A interrupção da escada rolante prejudica principalmente pessoas idosas, deficientes físicos, mas também os passageiros que circulam com malas e têm de encarar a escada normal com todo o peso para ter acesso à saída - que leva a um ponto de táxi, ao estacionamento e ao ponto da linha Curitiba-aeroporto. A Urbs, empresa que administra o transporte público e a rodoviária, afirma que aguarda a chegada de uma peça importada para resolver o problema.
Leia também - Sete bairros ficarão sem energia elétrica nos próximos dias em Curitiba
Leia também - De panela a celular: limpeza do lago do Passeio Público revela achados incomuns
Marcos Willi, que trabalha no guichê de uma das companhias de ônibus, conta que desde que começou a trabalhar na rodoviária, há três meses, nunca viu a escada rolante funcionando. Ele afirma que, sem a escada, os passageiros têm muita dificuldade em circular com malas pela descida normal, principalmente quando chegam em cima da hora. “É praticamente uma guerra subir com a mala de rodinha pela escada”, conta.
A informação foi confirmada por um grupo de vendedores de assinatura de revistas, cujo box fica ao lado da passarela que liga os blocos estadual e interestadual. “Nós estamos aqui há três meses e nunca vimos funcionando. Vez ou outra opera por um ou dois dias, mas logo em seguida eles bloqueiam a descida novamente”, conta uma funcionária que não quis se identificar.
O passageiro sul-mato-grossense Rafael Tessari Brito, 31, que está morando em Curitiba, afirma que o principal problema é em relação às pessoas que têm dificuldade de locomoção. Ele e um amigo haviam acabado de chegar ao município nesta segunda-feira (28) quando se depararam com o bloqueio. “Para nós não tem nenhum problema, mas para o pessoal idoso com certeza. Ou para o pessoal que carrega muitas malas, pessoas que vêm de uma viagem mais longa. Das duas uma: ou descem a escada física ao lado ou têm que ir até o outro lado”.
Na manhã de segunda (28), uma idosa que também não quis se identificar subiu com muita dificuldade a escada normal porque a rolante (subida e descida) passava por manutenção e limpeza. No entanto, ela desceu por um elevador depois de comprar a passagem. Um fiscal da Urbs orientava passageiros mais idosos a optar por essa alternativa. “Há dois meses eu também precisei passar por aqui e não consegui usar a escada. Ela estava em manutenção. E, na chegada, é difícil ver o elevador, então todos optam pela escada normal”, afirma.
O taxista Josnei Alves dos Santos, 51, que trabalha há quase dez anos no ponto em frente à escada rolante, afirma que ela está fora de operação há pelo menos seis meses. “Isso se não for mais tempo. As reclamações são tão constantes que os passageiros já se acostumaram a desviar essa escada”, afirma o primeiro.
De acordo com a Urbs, a escada está parada há apenas um mês. “Estamos aguardando a chegada de uma peça importada para o conserto. Isso deve ocorrer em meados de setembro”, afirma a empresa, em nota.