A partir de 27 de setembro, a rede municipal de ensino de Curitiba vai abandonar o sistema híbrido, em que parte das turmas assiste às aulas uma semana na escola e na outra semana de forma remota de casa, por Youtube ou canais de TV. Dessa maneira, todos os 140 mil alunos poderão retornar a frequentar as escolas e creches do município diariamente, desde que os pais ou responsáveis permitam. Para as crianças cujas famílias não quiserem enviá-las às aulas presenciais será mantido o ensino remoto como já acontece hoje.
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A mudança foi decidida pela Secretaria Municipal de Educação (SME) baseada nos índices epidemiológicos nas 415 unidades de ensino desde o início de agosto, quando os alunos puderam retornar às escolas no sistema híbrido. Nesse período, de aproximadamente um mês e meio, foram registrados 206 casos de servidores da educação infectados pela Covid-19 e 206 entre os estudantes que, neste último caso, inclui tantos os alunos que no sistema híbrido quanto os que permaneceram no ensino remoto. No total, a rede municipal conta com 140 mil estudantes e 17 mil profissionais do ensino.
"Em um mês e meio do retorno dos alunos às escolas tivemos poucos casos de Covid-19. As escolas conseguiram se organizar para atender os alunos de forma segura", atesta a superintendente de Gestão Educacional da SME, Andressa Pereira.
Segundo Andressa, foi grande ao longo desse período a quantidade de pedidos dos diretores das escolas e das famílias para que as unidades pudessem receber os estudantes todos os dias ininterruptamente. "Além de permitir uma da organização familiar melhor, com os pais mais tranquilos com os filhos no ambiente escolar enquanto trabalham, esse retorno também é benéfico para os alunos pela intermediação em tempo real dos professores. Nada substitui a relação do professor com o aluno na sala de aula", complementa a superintendente da SME.
Desde o retorno presencial dos alunos em agosto, 65% das famílias optaram por mandar seus filhos de volta às escolas do município de maneira híbrida. Esses alunos poderão retornar às aulas presenciais diárias automaticamente, sem nenhuma mudança no cadastro. Já os 35% de alunos que estão exclusivamente no sistema remoto cujas famílias queiram passar o ensino presencial terão que assinar um termo na direção das unidades.
Distanciamento físico nas salas
Mesmo decidindo receber todos os alunos que tiverem autorização das famílias para as aulas presenciais, a Secretaria Municipal de Educação vai manter o distanciamento social de um metro entre as crianças nas salas de aula para evitar a transmissão da Covid-19. Para isso, a direção de cada escola e creche terá que fazer o seu planejamento, avaliando adaptações em seus espaços.
"Cada unidade terá que avaliar suas condições para cumprir o distanciamento social. Pode ser a retirada de um armário ou um móvel da sala de aula, a mudança de uma turma maior para um ambiente maior na escola. Além disso, as unidades têm espaços diversificados, como sala de artes, sala de contraturno, algumas têm laboratórios, os quais também poderão ser usados para cumprir o distanciamento social nas aulas", aponta Andressa.
A superintendente de Gestão Educacional enfatiza ainda que o retorno às aulas presenciais diárias está sendo garantido neste momento porque Curitiba está há 11 semanas na bandeira amarela, de menor restrições, graças à redução da transmissão e, principalmente, da ocupação dos leitos hospitalares com pacientes com Covid-19.
"A qualquer momento isso pode mudar, já que o cenário da pandemia ainda é de incertezas. Se o quadro epidemiológico da cidade regredir, se precisarmos voltar à bandeira laranja ou vermelha, teremos que rever todo esse planejamento", enfatiza.
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