Graças às escoltas policiais de combustível nesta segunda-feira (28), o oitavo dia da greve nacional dos caminhoneiro, a prefeitura de Curitiba garantiu o abastecimento dos ônibus do transporte público até quinta-feira (31). E essa preocupação com o transporte coletivo é, de acordo com secretário de governo e chefe do gabinete de crise montado pela administração municipal, Luiz Fernando Jamur, essencial para evitar maiores problemas na capital no período de desabastecimento.
“A nossa essência é o transporte coletivo. Se ele está operando com a frota em 100%, todos os serviços podem ser mantidos”, explica o secretário. Segundo ele, é por essa razão, por exemplo, que Curitiba não suspendeu as aulas nas rede municipal de ensino e estadual, ao contrário do que foi feito em outras 68 cidades do Paraná. “Se nós estamos mantendo os ônibus operando, há condições tanto dos profissionais se deslocarem ao trabalho quanto os usuários do serviço”, enfatiza Jamur.
Tempo real: siga informações da segunda-feira de desabastecimento em Curitiba
Nesta segunda-feira (28), 1.285 ônibus rodaram pela cidade. Houve um reforço na frota, justamente porque muitos motoristas não tinham combustíveis para abastecer seus veículos. A previsão é que isso se mantenha pelos próximos dias.
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“Assim como nesta segunda, a frota funcionará normalmente terça e quarta”, afirma o secretário. Segundo ele, algumas medidas já estão sendo tomadas para que essa estabilidade continue. “Para que nós possamos manter esse serviço funcionando, estamos fazendo comboios de segurança para trazer esse combustível até as empresas operadoras do sistema de transporte de Curitiba”.
Desde a semana passada, a prefeitura, com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Políica Militar (PM) e Guarda Municipal, teve quatro caminhões-tanque escoltados exclusivamente para abastecer os ônibus da cidade.
Outros serviços
Embora o transporte público tenha se transformado na peça central do quebra-cabeça que se transformou o planejamento de crise da prefeitura, Jamur revela que outros setores forem colocados como prioritários durante esse período de crise. “O gabinete toma as ações focadas nos serviços essenciais: transporte coletivo, saúde, educação e ação social”, diz. É por essa razão, aponta o secretário, que outros setores considerados básicos não foram afetados pela falta de abastecimento.
Isso significa na prática que, mesmo sem combustível na cidade, Curitiba continua com escolas municipais e Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) abertos, assim como unidades de saúde e suas ambulâncias. A Guarda Municipal e a Superintendência de Trânsito também seguem nas ruas. “A prefeitura está funcionando plenamente. Ela não sentiu o impacto do desabastecimento porque está diariamente se organizando”, revela Jamur.
Só que isso não significa que tudo está normal no Palácio 29 de Março. Como o próprio secretário aponta, vários veículos oficiais estão desde a semana passada desligados para economizar combustível. De acordo com ele, dos 800 veículos pertencentes à prefeitura, apenas 300 considerados essenciais estão operantes. “E isso só vai ser revisto caso a greve cesse”, diz.
Segundo Jamur, o estoque existente atualmente seria o bastante para manter essas oito centenas de carros rodando por cerca de 10 dias, mas a decisão de manter apenas 300 em operação aumenta essa estimativa. “Se não fosse esse planejamento, o nosso serviço de lixo também seria reduzido. Atualmente, ele está operando em 100% — e pretendemos continuar assim”.
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