Um escrivão da Polícia Civil que atua em Curitiba, mas estava trabalhando na Operação Verão no litoral do Paraná, foi preso suspeito de atrapalhar um trabalho de investigação. Segundo a polícia, ele vai responder por corrupção e violação de sigilo, pois tentou atrapalhar a prisão de uma mulher suspeita de aplicar o golpe do falso aluguel de imóveis no litoral do Estado. A prisão foi na última quinta-feira (21), mas só foi descoberta hoje (24).
De acordo com as informações divulgadas pelo G1 Paraná, a prisão do policial foi feita pela Divisão de Combate à Corrupção (DCCO), com o acompanhamento de uma equipe da Corregedoria-Geral da Policia Civil para garantir que a ação fosse feita da forma que deveria ser.
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A polícia começou a investigar a mulher, que era suspeita de estelionato com o tradicional e recorrente, principalmente nesse período de verão, golpe do aluguel. Paralelamente, os policiais perceberam que o escrivão teria se aproximado da família da mulher para repassar informações sobre as investigações e isso atrapalhou o andamento da ação policial.
Relação próxima
Ainda conforme a polícia, o escrivão chegou a intimar o filho da suspeita pelo menos duas vezes de forma não oficial – através de um aplicativo de mensagens –, para que fosse ouvido na delegacia. Para o procedimento, porém, ele deveria ter expedido intimação pelo sistema que ficaria visível a todos os policiais.
Uma das situações que levou o filho da mulher até a delegacia foi o fato de que ele teria sido agredido por vítimas do golpe aplicado pela mãe. A intenção dos agressores era a de tentar recuperar o dinheiro investido no aluguel falso. Detalhe é que, enquanto ouvia o rapaz, o escrivão investigado consultava o mandado de prisão da mulher, que estava em aberto, e não fez nada. Isso começou a levantou suspeitas contra o servidor.
Conforme as investigações avançavam, os policiais que atuavam no caso do golpe de aluguel foram percebendo dificuldades e que algo estava errado. Num trabalho interno, os investigadores descobriram o servidor estava envolvido na situação, com a missão de atrapalhar a prisão da mulher.
Demissão
O mandado de prisão do policial foi expedido pela Justiça de Guaratuba. O policial foi preso em Curitiba e encaminhado à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), onde há espaço para abrigar policiais presos.
Segundo a Corregedoria da Polícia Civil, paralelo ao inquérito que levou a prisão, foi aberto um procedimento administrativo para apurar a situação. Caso fique comprovada a prática dos crimes, o policial pode até ser demitido.
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