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Estacionar na faixa preferencial para bicicletas em vias compartilhadas é proibido | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Estacionar na faixa preferencial para bicicletas em vias compartilhadas é proibido| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Ciclistas que percorrem diariamente a Avenida Sete de Setembro, no bairro Batel, em Curitiba, estão preocupados com o alto número de veículos que param sob a faixa preferencial para bicicletas. Segundo eles, motoristas utilizam o espaço diariamente e alguns demoram vários minutos para se retirar, dificultando a passagem do ciclista. A Superintendência Municipal de Trânsito (Setran) informa que o embarque e desembarque de passageiros é permitido no local, mas o estacionamento na via de trânsito compartilhada é irregular, pode gerar multa grave no valor de R$ 195,23 e perda de sete pontos na carteira.

Parar é diferente de estacionar; confira abaixo

Para o personal trainer Vagner Irineu, de 46 anos, falta fiscalização no local. Funcionário de uma academia da região, ele percorre aproximadamente 12 quilômetros de bicicleta entre sua residência no bairro Cajuru e o Batel. Ele afirma que um dos trechos mais perigosos do caminho está entre as ruas Coronel Dulcídio e Bento Viana, próximo à Praça do Japão. “Tem vários prédios comerciais aqui e também um mercado, então muitos carros param em cima da nossa faixa para esperar pessoas, principalmente táxis e motoristas de aplicativos”.

Diante da situação, ele precisa desviar pela calçada ou pela faixa destinada aos veículos. “Na via é muito arriscado e na calçada sempre tem pedestres passando. Então, acabo descendo da bike e a empurro na área de passeio até contornar o carro estacionado. Acho um desrespeito do motorista, que nos obriga a agir dessa forma”, criticou.

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Já o triatelta e biker Charles Alexandre, 34 anos, prefere se arriscar pela faixa de veículos sempre que encontra um carro na área preferencial dos ciclistas. “Se eu pular o meio-fio, vou estragar minha bicicleta e gastar mais de R$ 60 só para centralizar a roda. Como já estou usando a bicicleta para realizar entregas com o objetivo de conseguir uma renda extra, não posso gastar mais”, explicou.

Ao desviar de um veículo pela calçada, o ciclista não deve pedalar, mas descer da bicicleta e empurrá-la
Aniele Nascimento
Gazeta do Povo

Segundo Alvacir Gonçalves Mendes, coordenador de fiscalização da Setran, as ações realizadas pelos dois curitibanos citados estão corretas. Segundo ele, quando a faixa preferencial está bloqueada por um carro, o ciclista pode ultrapassá-lo pela outra parte da pista ou ainda desmontar da bike e levá-la pela calçada. “O que vai definir é a segurança, pois a pessoa precisará identificar qual é a situação menos arriscada para o momento”, pontuou.

“Parar” é diferente de “estacionar”

Já a ação do motorista precisa de análise, já que o ideal é evitar a faixa preferencial para garantir a segurança dos ciclistas e, em caso de necessidade, o uso deve ser rápido. “Estacionar não é a mesma coisa que parar, pois uma parada é o tempo necessário somente para o embarque e desembarque, ou seja, dura um minuto”, explicou.

É permitido parar rapidamente na área preferencial para bicicletas em caso de embarque e desembarque de passageiros Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Isso acontece porque em vias calmas de Curitiba, como a Avenida Sete de Setembro, não existe uma ciclofaixa pintada no asfalto ou separada fisicamente da pista utilizada pelos carros, mas uma linha pontilhada que apenas indica qual é o espaço preferencial para bicicletas. Por isso, segundo a Setran, essas demarcações também podem ser utilizadas, momentaneamente, por algum veículo. “O importante é que o motorista cuide da segurança dos ciclistas e não obstrua a faixa desnecessariamente”, pontua a secretaria, em nota explicativa divulgada no site da prefeitura.

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Para evitar irregularidades nas vias calmas de Curitiba, a Setran informa que realiza fiscalização de rotina nesses locais e aplica multas nos casos de estacionamento irregular em vias compartilhadas, ciclofaixas e ciclovias. Segundo a secretaria, de janeiro a março deste ano foram registradas 139 multas em toda a cidade. Além disso, se um carro estiver estacionado – sem o condutor - em local proibido, também é possível acionar a Setran por meio do telefone 156.

Para que haja segurança, a recepcionista Pamela Silva, 27, afirma que é necessário ter mais educação no trânsito. Funcionária de um prédio comercial na Av. Sete de Setembro, ela sempre vê motoristas parados na área preferencial e até já presenciou brigas entre motoristas e ciclistas. “Eles batem boca porque nem todo motorista entende que a parada precisa ser rápida, e alguns ciclistas não relevam a situação”, afirmou. Segundo ela, se os dois lados fossem educados, todos sairiam ganhando. “Afinal, não existe outra opção aqui”.

A moradora da região Cleise Wiedermann, 68, tem a mesma opinião. Segundo ela, as pessoas precisam ser mais tolerantes, ao mesmo tempo em que devem respeitar o espaço das demais. “Grandes mudanças começam por coisas pequenas como o motorista dar preferência ao ciclista no trânsito, e o próprio ciclista ser educado com o pedestre”, disse a aposentada, que também já viu ciclistas pedalarem na calçadas para desviar de um carro estacionado.

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