Equipe de limpeza teve bastante trabalho para remover os destroços da explosão no Campina do Siqueira.| Foto: Durval Ramos / Gazeta do Povo

explosão do caixa eletrônico no terminal do Campina do Siqueira, em Curitiba, na manhã dessa quarta-feira (20), deixou um rastro de destruição e assustou os usuários do transporte coletivo que presenciou um cenário de guerra no local. Os estragos forçam o terminal a ser fechado por cerca de duas horas, das 4h30 às 6h50, atrasando todas as 20 linhas de ônibus que passam pelo Campina do Siqueira. O fluxo dos ônibus só voltou ao normal por volta de 8h10.

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O Esquadrão Antibombas da Polícia Militar foi acionado e a investigação está a cargo do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), da Polícia Civil. A Proforte, empresa responsável pelo transporte do dinheiro nos caixas eletrônicos, afirma que, apesar da explosão, o dinheiro não chegou a ser levado pelos ladrões.

Imagens - confira o estrago causado pela explosão no Campina do Siqueira

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A ação dos criminosos aconteceu por volta das 4h15 desta quarta-feira. Segundo o vigia Marcos Mesquita, que estava no local na hora da explosão, um carro invadiu o terminal e parou próximo ao caixa eletrônico. “Nessa hora, já vi que ia dar problema”, relembra. Ele conta que logo que o veículo parou, uma mira à laser foi apontada para a sua cabeça e mandaram que ele se deitasse no chão. 

Por causa da distância, Mesquita diz que não conseguiu identificar quais armas o grupo usava. Viu apenas quatro pessoas dentro do carro e, em seguida, ouviu as duas explosões. Em seguida, os criminosos fugiram em um Fiat Pálio e um Cobalt, segundo investigação preliminar.

Para muitos passageiros, a situação era tão improvável que teve até quem achou que tudo não passou de uma pegadinha. Funcionário de uma das lanchonetes do terminal, Paulo Ferreira Clarentino conta que os vigias mandaram mensagem às 5h informando que a sua loja havia sido atingida pela explosão. Mesmo assim, ele achou que era piada. “Achei que era brincadeira, porque trabalho há cinco anos aqui e nunca teve nada assim", relata. 

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Mesmo com a lanchonete no extremo oposto do local da explosão, o impacto da explosão atingiu os vidros, que foram estilhaçados com o impacto. Clarentino ficou com o prejuízo e com o trabalho de remover os cacos do chão. “Não tenho ideia do quanto vai ser o conserto, mas acho que vai ser bem caro”, afirma. 

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Destruição e medo 

Já a diarista Raquel Gonçalves de Oliveira, 44 anos, classificou o estado do terminal como um desastre. Usuária da linha Saturno, ele pega o ônibus todos os dias no ponto em frente onde o caixa eletrônico foi explodido e disse ter ficado assustada com o que encontrou nesta quarta-feira. “A gente pega ônibus aqui todos os dias e fica com medo. Você sai de casa e não sabe se vai voltar. Eles acabaram destruindo o terminal”, desabafa. 

A impressão de Raquel não é exagerada. A explosão causou muitos danos ao Campina do Siqueira. A Urbs está levantando os estragos para fazer o reparo, mas já sabe que o prejuízo é grande. Foram destruídos 14 domos da cobertura de fibra e 17 vidros. A rede elétrica e de água também foi atingida, além de outros objetos danificados. Pelo terminal circulam cerca de 50 mil pessoas por dia.

Urbs vai contabilizar o prejuízo causado pela explosão.  

Isaías Xavier dos Santos, atendente de outra lanchonete do Campina do Siqueira, diz que foi pego de surpresa com o que encontrou ao chegar para trabalhar às 6h: um batalhão de policiais e vidros e destroços para todos os lados. “Uma funcionária nossa chegou às 4h30 para já ir preparando os lanches e, por muito pouco, ela não viu tudo acontecer”, diz.