Moradores do Edifício Residencial Hannover, em que um dos apartamentos se incendiou sábado (29), vitimando um menino de 11 anos arremessado pela explosão, tiveram acesso às suas casas na manhã desta segunda-feira (1.°). O acesso aos 24 apartamentos foi acompanhado pela Defesa Civil e envolvido de muita comoção.
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Três pessoas seguem internadas após a explosão, duas em estado grave. Na manhã desta segunda, o Hospital Evangélico Mackenzie atualizou a situação deles. O técnico de impermeabilização de sofá Caio Santos, de 30 anos, é o mais grave, com 65% do corpo queimado. Moradora do apartamento, Raquel Lamb, 23 anos, irmã do menino que morreu, teve 55% do corpo queimado. Ambos seguem sedados na UTI. Já o marido de Raquel, Gabriel Araújo, está com 30% do corpo queimado - ele já saiu da UTI e está estável.
Foi liberado o acesso de um morador por apartamento nesta segunda. Eles foram acompanhados por um técnico da Defesa Civil para pegar documentos e pertences nos apartamentos. Em torno de 50 pessoas moram no prédio.
"Eu ainda estou bloqueado por tudo o que aconteceu. Não estava aqui na hora do acidente, mas estou há duas noites sem dormir", afirma o síndico do prédio, Agenor Zanatta. “Estamos dependendo do laudo técnico do engenheiro civil para fazer uma vistoria com a Defesa Civil para fazer a liberação. O que a gente imagina é que seja liberado até o quinto andar", afirma o síndico sobre a possibilidade de os moradores voltarem de vez para suas casas. O incêndio foi no sexto andar, o último.
Enquanto dava entrevista, Zanatta foi abraçada por uma moradora que havia acabado de ir ao seu apartamento. A mulher chorava muito, conforme o clima de tristeza no prédio nesta segunda.
Muitos vizinhos do prédio foram prestar solidariedade aos moradores nesta segunda. Na frente do edifício, foram deixadas flores e uma carta prestando condolência ao menino morto.
“Todos nós perdemos um pedaço de nós ontem [sábado]. Todos nós estamos perdendo um pouco a cada dia. Mas esta família perdeu tudo. Ore pela família. Ore pelo menino. Ore pelos que ainda lutam pela vida. Ore por mais amor. Por mais empatia. Por mais responsabilidade. Ore”, diz a carta deixada na calçada em frente ao prédio.
"É desolador passar aqui na frente. É uma tragédia muito grande", lamenta a aposentada Dolores do Pilar, que mora no bairro vizinho do Novo Mundo, mas que vai para o Água Verde todo dia cuidar dos netos. "A gente fica ainda mais consternada com essas homenagens aqui na frente do prédio", completou a aposentada.
Funcionário de uma loja ao lado do prédio, Fábio Baiaco é outro que se emocionou ao ver a homenagem na carta. “Eu estava abrindo a loja sábado de manhã, fazendo café para os clientes e veio a explosão. A gente chega aqui agora e vem na cabeça tudo o que esses moradores, principalmente o do apartamento incendiado, passaram", emociona-se.
Investigação
A Polícia Civil e peritos também foram ao prédio como parte do inquérito aberto para investigar a explosão. A investigação está a cargo da Delegacia de Explosivos, Armas e Munições (Deam). A suspeita é de que a explosão tenha sido causada pelo produto de impermeabilização que estava sendo aplicado no sofá do apartamento.
Além da investigação criminal feita pela Polícia Civil, engenheiros da Comissão de Segurança de Edificações e Imóveis (Cosedi) da prefeitura de Curitiba também preparam um laudo sobre as condições do edifício após a explosão. É este laudo que vai determinar se os moradores podem retornar para suas casas.
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