“O Lula não paga meus boletos, tenho que trabalhar”, afirma Elenice Accordi, 56 anos, dona da banca de jornais em frente à Justiça Federal em Curitiba, o único comércio aberto no raio de isolamento traçado pela Polícia Militar nesta quarta-feira (10), dia do depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sergio Moro, às 14h.
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Acostumada a vender jornais e revistas, Elenice agora está no epicentro do principal acontecimento jornalístico do país. “Posso confessar, estou me divertindo bastante. Estou vendendo para policiais e para jornalistas. E a Justiça Federal traz muitos turistas em dias normais, então meu negócio vai muito bem”, afirma, ao contrário dos outros comerciantes que optaram por não abrir nesta quarta justamente pelo tumulto.
Elenice votou em Lula na primeira eleição, em 2002, mas depois se desencantou. “Todo mundo votou nele naquela oportunidade, mas depois mudei. Hoje eu torço pela Operação Lava Jato”, afirma. Ela mantém a banca no mesmo local há 27 anos.
A jornaleira não acredita que o petista será preso nesta quarta-feira. “Faz parte do processo né? Ainda faltam algumas etapas. Mas eu acho que ele será preso, se fez tudo o que está sendo divulgado”. Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no processo que investiga o real proprietário de um triplex no Guaruja.
Do vizinho ilustre, Elenice se orgulha de uma foto que tem com o juiz Sérgio Moro, responsável pelas ações da Operação Lava Jato na primeira instância. “Ele comprou um Trident aqui uma vez”, orgulha-se.