Depois de passar por reforma entre os meses de julho e agosto deste ano, o Museu do Expedicionário, localizado no Alto da XV, em Curitiba, foi alvo de vandalismo na última semana. Na madrugada de quinta (27) para sexta-feira (28), uma das fachadas laterais do espaço foi pichada com uma frase de cunho político com críticas à intervenção militar. Imagens das câmeras de segurança do museu flagraram uma pessoa realizando o ato.
A ação foi percebida no momento em que os funcionários chegaram ao trabalho na manhã de sexta e vários voluntários se uniram para lavar a parede na mesma manhã. “Por sorte, a tinta usada não era tão forte. Então, conseguimos tirar quase tudo durante a limpeza”, afirmou o coronel Said Zendim, diretor do museu. Confira abaixo a nota do Museu do Expedicionário na íntegra:
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A diretoria do museu pede a colaboração de pessoas que moram ou trabalham perto do espaço e tenham imagens do ato de vandalismo. Um boletim de ocorrência sobre o incidente deve ser registrado.
Patrimônio
Neta de um soldado que lutou na Segunda Guerra Mundial, a médica dermatologista Luciola Pontarolli vê a situação como um desrespeito pelos guerreiros que colocaram suas vidas em risco para defender o país. “Meu avô morreu aos 97 anos. Ele não gostava de armas ou de guerra, mas se apresentaria de novo pelo nosso país se fosse convocado, como ele dizia”, relatou durante um desabafo em sua página no Facebook.
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O grupo de veteranos Salomão da Rocha – que mantém contato com mais de 2.500 soldados que atuaram em guerras – também se manifestou a respeito da pichação. “Os adjetivos agressivos e maldosos gravados nas paredes mostram a falta de consideração que ainda nos dias de hoje são dirigidos a senhores centenários que recebem com amor e carinho todos que chegam em nosso museu”, lamentou em sua página nas redes sociais.
Da mesma forma, o coronel Said Zendim, diretor do Museu do Expedicionário, lamentou o ato de vandalismo a um patrimônio público.
Acervo do museu
O Museu do Expedicionário conta com acervo de 25 mil itens relacionados à Segunda Guerra Mundial e a reforma do espaço foi custeada com recursos das Forças Armadas, Secretaria de Cultura do Estado do Paraná, empresários e instituições locais.
O local fica aberto de terça a domingo e recebe cerca de três mil visitantes por mês. Durante o passeio, é possível visualizar objetos da rendição e armas, uma sala dedicada às enfermeiras com uma maca original que possui restos de sangue, itens do dia a dia dos soldados e réplicas de aviões da Segunda Guerra, separados por modelo e nacionalidade.
Nota do Museu do Expedicionário na íntegra
“Na madrugada de 28 de outubro, uma das paredes laterais do Museu do Expedicionário sofreu a ação de pichadores. Ainda pela manhã, uma equipe do próprio Museu realizou alguns trabalhos no local, que encontra-se agora apenas com algumas manchas.
As câmeras de vigilância capturaram algumas imagens, que estão em fase de investigação. O Museu conta também com o apoio da população, que muito tem colaborado com a segurança e a preservação deste nosso espaço histórico.
Ressalta-se que o Museu do Expedicionário recebe cerca de 3.000 visitantes por mês, entre estudantes e turistas, e realiza um trabalho bastante significativo junto às nossas escolas. Realmente é um espaço que vale a pena conhecer para entender um pouco mais sobre a participação do Brasil na 2ª Guerra Mundial por meio de equipamentos, documentos, fotos e filmes que nos transportam para a época.”
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