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Altemir passou a treinar no Athletico aos 17 anos
Altemir passou a treinar no Athletico aos 17 anos| Foto:

Na infância e na adolescência, Altemir Marques da Cruz - que morreu no último dia 13 de julho aos 80 anos, vítima de um acidente vascular cerebral - trocava o caminho da escola pelo caminho do campo de futebol. Desde sempre, seu brinquedo era a bola e cismava que seria jogador profissional. Sonho (ou seria previsão?) realizado, pois o curitibano revelado pelo Athletico na década de 1950 construiu carreira promissora, entrando em campo pelo Grêmio e pela Seleção Brasileira.

A primeira fase da vida do jogador não foi fácil. Perdeu o pai aos três anos, e a mãe tinha que trabalhar o dia todo para sustentar sozinha a casa, ele e a irmã caçula. Os filhos ficavam aos cuidados da avó, mas Altemir também ajudou na criação da irmã, com quem manteve fortes laços a vida toda, assim como com toda a família de Curitiba.

Dos campinhos de bairro para o futebol de várzea, passou depois, aos 17 anos, a treinar no Athletico, onde se tornaria jogador profissional com atuação por quase dois anos. Ainda no início da carreira, foi comprado pelo Grêmio com outros dois jogadores paranaenses. Marcou o clube gaúcho ajudando a garantir o título de heptacampeão estadual em 1968. No mesmo ano, marcou um dos dois gols do time contra o Nacional, na decisão da Copa Rio de la Plata, que ficaria com o Grêmio.

O curitibano que chegou a Porto Alegre com ares de galã, por seu porte e certo charme - lá, se casaria com uma ex-Miss Guaíba, com quem teve dois filhos - teve lugar, mais tarde, na Calçada da Fama gremista, por sua atuação vitoriosa no clube. Também pelo Grêmio, vestiu a camisa da Seleção Brasileira, pois naquela época os times mais destacados no cenário brasileiro podiam representar o país vestindo a amarelinha. Representou o Brasil na conquista da Taça Bernardo O'Higgins, em 1966.

Se destacava por jogar com qualidade em diferentes posições. “Ele foi um dos precursores do zagueiro lateral-direito que fazia gols, que ia para o ataque. A vitalidade dele era uma coisa de louco”, conta o primo Helio Simille Marques, que acompanhou a carreira do jogador desde o princípio.

Altemir também atuou pelo Aimoré, em São Leopoldo (RS) e pelo Corinthians. Depois da aposentadoria dos gramados e já divorciado, voltou a morar em Curitiba, onde sempre estava desenvolvendo alguma atividade. Trabalhou com venda de livros, por exemplo. Conversador, seu papo preferido eram sempre as histórias do mundo da bola, especialmente sobre as passagens e jogos pela Europa com o Grêmio, de onde sempre trazia lembranças a todos da família. Os sobrinhos tinham paixão pelo jogador de futebol da família, Altemir era o ídolo particular.

"Era um cidadão bom, uma pessoa muito cordata e de grande coração. Solidário, se tivesse duas camisas, ele dava uma", relembra Helio, que tinha no primo um verdadeiro irmão mais velho.

Altemir Marques da Cruz deixa dois filhos e uma neta.

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