A carreira do jornalista Bernardo Bittencourt Neto - que faleceu em junho deste ano, aos 64 anos - prova que o que era para ser, é. Seu nome e estilo de trabalho estiveram gravados em diferentes veículos da imprensa, como Diário do Paraná, Revista Manchete, Diário da Indústria & Comércio, além de assessorias de órgãos públicos e privados e de organizações de classe.
O encantamento com a reportagem começou ainda criança. Nascido em Rio Negro (PR), mas criado em Morretes, teve na rádio em que a tia trabalhava como diretora uma extensão de casa, já que ainda menino circulava por ali livremente. Em uma dessas idas, surpreendeu-se ao notar que havia alguém dedicado somente a escrever as notícias que o radialista lia ao vivo no estúdio. Foi provavelmente ali que brotou a curiosidade pela profissão que tratava de condensar e relatar fatos relevantes à sociedade.
Durante uma enchente no litoral paranaense, em 1967, fez amizade com uma equipe de jornalistas de Curitiba que cobria o acontecimento. Alguns anos depois, agora morador da capital, estendeu essa amizade e se tornou frequentador das redações até ser contratado na parte de publicidade do Diário do Paraná. Somente quando já estava à vontade entre as leads e títulos - os quais passou a fazer, tornando-se parte da equipe de fechamento do impresso - é que começou a cursar Jornalismo na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Passou por jornais como Correio de Notícias, Estado do Paraná, Diário Indústria & Comércio como editor e pela Revista Manchete em Curitiba como repórter. Na televisão, trabalhou no antigo Canal 6, em uma época em que era preciso calcular bem o tempo de gravação de entrevistas em externas para que não faltasse filme (de rolo) na câmera. Também fez parte da equipe do antigo Canal 12.
Extremamente empático, era ele quem auxiliava na acolhida das novas caras que chegavam, amedrontadas, à redação. “Era uma figura que chamava a atenção, tinha uma presença de espírito muito grande, era amistoso, brincalhão. Impunha esse lado no ambiente de trabalho, esse humor latente, mas sempre ralando no trabalho”, comenta Eduardo Aguiar, jornalista que foi colega de “Bitte” - como era chamado pelos amigos - nos anos 1990, época em que este era editor de política do Diário Indústria & Comércio.
Querido por todos e circulando por várias rodas dos bastidores da política paranaense, trabalhou na assessoria de imprensa de secretarias do Estado, como a de Agricultura, da Prefeitura de Curitiba e da Assembleia Legislativa do Paraná. Além do trabalho nas redações e assessorias, se preocupava em discutir a participação do jornalista na sociedade por meio das entidades de classe. Foi presidente da Associação Paranaense de Imprensa e intenso colaborador no Sindicato dos Jornalistas do Paraná. Também trabalhou em edições do concurso Miss Paraná. Como ele mesmo dizia com orgulho, era jornalista
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