Até chegar ao Brasil, Eugenia Dumanskyj precisou enfrentar uma guerra na Ucrânia, a separação da família e todas as dificuldades decorrentes de um conflito e, finalmente, o casamento na Alemanha. Na primeira oportunidade, fez a escolha por um novo destino. A viagem foi longa; veio para o Paraná. Em 1949, desembarcou com o marido Mykola e a filha Irena com a esperança de uma vida nova, uma porção de documentos, algumas roupas, uma leiteira de alumínio, um bornal do marido da época do Exército e uma banheira de bebê em bronze. Era tudo o que tinham.
Para a filha Mari, nascida já em Curitiba, a história vivida pela mãe comprova a guerreira que Eugenia sempre demonstrou ser. Mesmo diante das dificuldades, a imigrante nascida em Rzepniow, na Galícia, região histórica situada a oeste da Ucrânia, ao sul da Polônia, não esmoreceu, segundo os relatos que costumava fazer para as filhas. A terra natal ficou apenas na lembrança; nunca mais voltou à Europa.
Eugenia era a filha mais nova de uma família de agricultores e ajudava os pais na lida no campo. A irmã , cinco anos mais velha que ela, foi trabalhar na cidade em uma tapeçaria. Com o início da Segunda Guerra Mundial e o recrutamento para trabalhos forçados em campos de concentração, a menina – à época com 16 anos – não teve opção. Cada família era obrigada a ceder o filho mais velho. A irmã era casada e o marido dela tinha sido recrutado para o front. Como o casal tinha um bebê, Eugênia acabou sendo “arrancada” da família e encaminhada para trabalhar em Pinneberg, na região norte da Alemanha, conta a filha. O contato era feito somente por carta.
Por sorte, foi designada para trabalhar em casas de família. Não passou fome nem dificuldades. A alimentação era farta; e o respeito era mantido. Sabia das atrocidades de ouvir falar. Em uma de suas folgas semanais, conheceu Mykola – também nascido na Galícia – que trabalhava em uma sapataria. Namoraram e casaram ao fim da guerra. A troca de alianças ocorreu em 18 de junho de 1945. Ainda permaneceram em território alemão por quatro anos. Eles e alguns amigos precisavam escolher entre seguir para os Estados Unidos ou para o Brasil. Por Eugênia tanto fazia, mas Mykola foi incisivo. A família formada – Irena já havia nascido – iria se aventurar nos trópicos.
Serviço
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Ao subir no vapor, Eugenia só olhou para frente. Ao chegar ao Rio de Janeiro, em 1949, ela, o marido e a filha, que tinha menos de 2 anos, e outros imigrantes seguiram para Ortigueira, nos Campos Gerais. Foram trabalhar na fábrica da Klabin, na Fazenda Monte Alegre, por terem o perfil de produtores rurais. “Chegaram com uma mão na frente e outra atrás”, como diz o ditado, destaca Mari. Assim como o marido, Eugenia pegou no pesado na área de reflorestamento. Colocava Irena em uma cesta e seguia para o campo com sol ou chuva. A comunicação era feita somente por meio de gestos, pois o português era muito difícil de compreender. Mas ela aprendeu o idioma na “marra”. Atualmente nem tinha mais sotaque. Eles permaneceram na área de reflorestamento por dois anos.
Em grupo, as famílias resolveram mudar para Curitiba. Elas se instalaram em uma região nova, mas crescente: o bairro Capão Raso. Alugaram casa e dividiram espaço. Quem podia comprava terreno, ajudava os demais. Enquanto o marido arrumou emprego em uma madeireira da região, Eugênia foi trabalhar como diarista. De trabalho aqui e ali, passou a ser governanta. “Fizeram a vida no bairro”, salienta Mari.
Mesmo com o trabalho, Eugenia não tirava os olhos das filhas. Não dormia enquanto elas não chegassem. Primeiro vinham da escola, depois da faculdade. Sempre havia um pratinho quente no fogão de lenha na cozinha.
Manteve as tradições como se estivesse em seu país de origem. Era comum presenciar Eugenia cantarolando músicas em ucraniano. Como católicos praticantes, frequentavam a Catedral Ucraniana São João Batista, na Avenida Kennedy. Curiosa, tudo o que não sabia, aprendia fazendo um curso. Fez de corte e costura e até de pintura de pêssankas – tradição de ovos de Páscoa, pois já não se lembrava mais.
Disposta, trabalhou até os 80 anos. E isso sem contar o que fazia em casa. Mari conta que a mãe colhia as frutas e fazia compotas ou passas na pequena chácara em que moravam. Não deixava faltar as conservas de pepino curtido e de repolho azedo, como também a sopa vermelha e o pierogi. Tinha prazer em receber.
Em 2008, ficou viúva. No mesmo ano, uma queda na cozinha causou a fratura no fêmur e tirou a disposição de Eugenia. Cada vez mais dependente, ficou sob os cuidados das filhas. Ela morava com a caçula, Suzana, e o genro, mas o restante da família nunca deixou de visitá-la. Partiu no início de junho. Deixa as filhas Irena, Mari e Suzana, as netas Roseli Maria e Célia Maria, 12 bisnetos e 23 trinetos.
Lista de falecimentos - 25/06/2015
Adriani José dos Santos, 47 anos. Profissão: auxiliar montagem. Filiação: Oswaldo Floriano dos Santos e Vilma Nascimento dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim Independência, em Araucária, saindo de residência.
Amilton André de Paula, 51 anos. Filiação: Zacarias André de Paula e Ana André de Paula. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Colônia Orleans, saindo de residência.
Antônio Rutes, 81 anos. Filiação: Jobrim Rutes e Olivia Rutes. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da Cidade de Origem.
Antônio da Conceição Lima, 66 anos. Profissão: porteiro. Filiação: João do Nascimento Lima e Ercília Petronilha da Conceição. Sepultamento ontem.
Arlindo Rodrigues Coiado, 60 anos. Profissão: agricultor. Filiação: João Rodrigues Coiado e Josefa Aparecida Teixeira Coiado. Sepultamento ontem.
Arnaldo da Silva, 82 anos. Profissão: lavrador. Filiação: João da Silva e Maria Agostinha da Silva. Sepultamento ontem.
Bianca Victória Meira Martins, 14 dias. Filiação: Dyonathan Donisete de Oliveira Martins e Keity Chaiane Meira. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.
Celestina Miguel de Oliveira, 90 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Miguel da Silva e Helena Ludovina de Jesus. Sepultamento ontem.
Conceição Aparecida Gomes Alves, 97 anos. Profissão: do lar. Filiação: Custodio Gomes e Maria de Jesus. Sepultamento hoje, no Cemitério Guarituba, em Piraquara, saindo de residência.
Dair Ferreira da Costa, 54 anos. Filiação: Osvaldo Ferreira da Costa e Otacília Medeiro da Costa. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal da Cidade de Origem.
Demétrio Hnatiuk, 61 anos. Profissão: corretor. Filiação: Alexander Hnatiuk e Katarzyna Hnatiuk. Sepultamento ontem.
Douglas Saraiva, 49 anos. Profissão: militar. Filiação: Sebastião Saraiva e Zélia Saraiva. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.
Edivar Fernandes da Silva, 83 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Antônio Joaquim da Silva e Alcina Cavalcante da Silva. Sepultamento ontem.
Edna da Silva Machado, 46 anos. Profissão: auxiliar em produção. Filiação: Antônio Baptista Machado e Estael da Silva Machado. Sepultamento ontem.
Edson Friedemann, 55 anos. Profissão: empresário. Filiação: Ervino Germando Friedemann e Amanda Friedemann. Sepultamento ontem.
Eloi Estevão Ferst, 54 anos. Profissão: motorista. Filiação: João Afonso Ferst e Maria Scherer Ferst. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano.
Francisca Stavas Kuzniarski, 93 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Stavasz e Elvira Stavasz. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.
Francisco de Lima Filho, 79 anos. Profissão: vigilante. Filiação: Francisco de Lima e Paulina Falcão. Sepultamento ontem.
Geovani Martins, 23 anos. Profissão: marceneiro. Filiação: Edison Martins e Ana Paula da Silva Pereira. Sepultamento ontem.
Guilhermina Takahara, 86 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Pacheco dos Santos e Madalena Christina da Silva. Sepultamento ontem.
Helida Rocha Hartung, 92 anos. Profissão: do lar. Filiação: Boaventura Rocha e Barbara Aranda Rocha. Sepultamento ontem.
Iamir Pereira de Souza, 88 anos. Filiação: João José de Souza e Adília Pereira de Souza. Cerimônia hoje, no Crematório Vaticano.
Irene Pereira Pagano, 85 anos. Profissão: do lar. Filiação: Domingos Afonso Pereira e Auta Chaves Pereira. Sepultamento ontem.
Ivone Maria Ester Soares, 62 anos. Profissão: do lar. Filiação: Thomaz David Borges e Francisca Borges. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.
Jeferson Mendes Francisco, 68 anos. Profissão: eletricista. Filiação: Ademir Mendes Francisco e Marile de Fátima Francisco. Sepultamento ontem.
João Carlos Zaremba, 56 anos. Profissão: autônomo. Filiação: Oswaldo Zaremba e Maria da Conceição Miranda Zaremba. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Saudade I.
Justina Baron, 92 anos. Profissão: do lar. Filiação: José Zanon e Josefina Taverna Zanon. Sepultamento hoje, no Cemitério Colônia Faria, em Colombo.
Leonardo Gledson Lopes, 18 anos. Profissão: estudante. Filiação: Roseli Lopes. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.
Lindamir Pires de Anhaia, 64 anos. Profissão: do lar. Filiação: Joaquim Alves da Rocha e Maria da Glória Pires Rocha. Sepultamento hoje, em local a definir, saindo de residência.
Lúcia Maria Tanner Rausis, 82 anos. Profissão: do lar. Filiação: Francisco Tanner e Helena Tanner. Sepultamento hoje, no Cemitério São Gabriel, em Colombo.
Lúcia Thereza Ramos, 80 anos. Filiação: Maximiliano Schveigert e Joanna S. Schveigert. Sepultamento sexta-feira, 26 de junho de 2015, no Cemitério Municipal da Cidade de Origem, saindo da Capela Muncipal de Rio Negro.
Luiz Carlos Ferreira dos Santos, 56 anos. Profissão: pedreiro. Filiação: Saturnino Ferreira dos Santos e Rosa Nepomocemo dos Santos. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical.
Manira Haddad, 75 anos. Profissão: gerente. Filiação: Bacil Haddad e Samira Júlio Haddad. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Iguaçu, saindo da Capela Unilutus.
Manoel da Silva, 67 anos. Profissão: servente. Filiação: Jocentino Maurício e Maria Celina. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque Senhor do Bonfim, em São José dos Pinhais.
Marcirio Machado, 102 anos. Profissão: corretor. Filiação: Theodoro Machado e Maria Machado. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Água Verde.
Maria Bomfim, 76 anos. Profissão: do lar. Filiação: Manoel Bomfim e Maria Cândida Bomfim. Sepultamento ontem.
Maria Luíza Ferreira dos Santos Gonsalves, 57 anos. Profissão: do lar. Filiação: Donaria Ferreira dos Santos. Sepultamento ontem.
Maria Martins de Oliveira, 82 anos. Profissão: do lar. Filiação: Amantino dos Santos Martins e Romilha Barbosa. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal Boqueirão.
Maria Neusa Rodrigues Bozaski, 59 anos. Profissão: do lar. Filiação: Manoel Rodrigues Bastos e Ana da Cruz Bastos. Sepultamento hoje, no Cemitério Vaticano.
Maria Zaira Remuszka, 82 anos. Profissão: do lar. Filiação: Antônio Santos e Arminda de Oliveira. Sepultamento hoje, no Cemitério Paroquial Colônia Orleans, saindo da Capela Vaticano - Diamante.
Maria da Luz das Chagas dos Santos, 39 anos. Filiação: Casemiro Ferreira das Chagas e Izaura das Chagas. Sepultamento hoje, no Cemitério Universal Necrópole Ecumênica Vertical, saindo da Capela do Cemitério de Almirante Tamandaré.
Martino Mamoro Fuzino, 78 anos. Profissão: taxista. Filiação: Magoziro Fuzino e Tidori Fuzino. Sepultamento hoje, no Cemitério Jardim da Saudade I.
Nazir Modesto Gonçalves, 76 anos. Profissão: do lar. Filiação: Manoel Modesto e Sesina Dutra Modesto. Sepultamento ontem.
Nelson de Rezende, 84 anos. Filiação: Guido de Rezende e Cecília Magdalena Pimentel Rezende. Sepultamento ontem.
Nivio Lopes Pinheiro, 67 anos. Profissão: comerciante. Filiação: José Lopes Pinheiro e Maria Bernadete Dias Pinheiro. Sepultamento ontem.
Noêmia Amaro da Luz Dea, 95 anos. Profissão: do lar. Filiação: Moisés Amaro da Luz e Julieta Amaro da Luz. Sepultamento ontem.
Norberto Nascimento, 56 anos. Profissão: porteiro. Filiação: José Manoel Nascimento e Terezinha Parreiral Nascimento. Sepultamento ontem.
Renata de Souza, 23 anos. Profissão: do lar. Filiação: Reinaldo de Souza e Maria Gorete Trasel. Sepultamento hoje, no Cemitério Municipal de Tijucas do Sul.
Rosa Prates de Souza, 88 anos. Profissão: do lar. Filiação: Francisco Prates de Souza e Maria Adélia da Silva. Sepultamento ontem.
Silvestre Fagundes, 84 anos. Profissão: vendedor. Filiação: Ernesto Fagundes e Emília Bueno Fagundes. Sepultamento hoje, no Cemitério Parque São Pedro.
Washington Martins de Carvalho, 57 anos. Profissão: militar. Filiação: Izaias Carlos de Carvalho e Adélia Martins. Sepultamento ontem.
Condolências
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