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Zezão era chamado de “Cid Moreira” pela voz forte e marcante e apresentar o telejornal
Zezão era chamado de “Cid Moreira” pela voz forte e marcante e apresentar o telejornal| Foto: Arquivo da família

"Alegria, alegria, alegria!", o bordão amplamente conhecido em Londrina (PR) vinha à tona todos os dias pela voz de José Maria Makiolke, o Zezão. Radialista e apresentador de televisão, ele faleceu no último dia 14 de maio, aos 71 anos, por falência múltipla de órgãos. Apesar de tratar a doença de Parkinson há anos, Zezão trabalhou com o que mais amava, o rádio, até poucos dias antes de morrer.

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Em Londrina, muitos o tratavam como "o nosso Cid Moreira", não apenas por ter uma voz forte e marcante como a do lendário jornalista. Por 11 anos foi apresentador do Jornal das Sete, jornal local da antiga TV Coroados, hoje RPC Londrina, que antecedia as notícias do Jornal Nacional ancorado por Cid. Zezão atuou por 24 anos nesta TV, como apresentador de telejornais - seu "boa tarde" também era uma marca - e até como ator em telenovelas, que na época eram transmitidas ao vivo. Seu jeito alegre e descontraído era conhecido dentro e fora das telas. Em uma foto da época de Coroados, ele aparece de terno e gravata apenas da cintura para cima, onde aparecia na bancada. Mas onde a câmera não pega, vê-se que apresenta o jornal de calção e chinelo.

Mas a carreira de comunicador começou muito antes, em 1964, na rádio Difusora. De lá foi para a rádio Alvorada, ainda no Paraná, e em seguida para o Rio de Janeiro, onde trabalhou na rádio Tupi, na programação noturna da emissora pioneira. "Ele era perfeito, fazia absolutamente tudo em rádio. Era humorista, apresentador, noticiarista de TV, imitador, atuou em novelas e radionovelas. Foi um dos grandes profissionais do estado", comenta JB Faria, diretor geral da Rádio Paiquerê, emissora na qual Zezão trabalhou nos últimos 45 anos.

Ele era uma verdadeira companhia para as pessoas em casa, uma das grandes funções do rádio. Liderava um programa de variedades muito ouvido por mulheres donas de casa. Muitas delas se sentiam tão próximas que compareceram ao velório do radialista. Sua passagem pela política durou de 1993 a 1996, quando atuou como vereador de Londrina, eleito como um dos mais votados. Também recebeu o título de Cidadão Benemérito da cidade.

Fã incondicional de Elvis Presley, levou seu lado artístico ao ponto de se vestir como o ídolo para performar suas músicas. Chegou a visitar os Estados Unidos para conhecer Memphis, cidade marcada pela trajetória do rei do rock. Outro hobby era cuidar dos cachorros em sua chácara. Podia passar a manhã toda no gramado dando banho nos bichos. Esse amor se estendia a todos os animais. Caseiro, gostava de curtir a família e passar tempo nessa chácara, seu recanto.

O comunicador que aproximava o ouvinte ou telespectador da notícia e do dia a dia do trabalho jornalístico dizia que, atualmente, sobra tecnologia e falta sentimento nas transmissões audiovisuais. Ele fez a parte dele para que a emoção e o sentimento estivessem sempre presentes na casa das pessoas, por meio de uma voz que saía do rádio. José Maria Makiolke deixa esposa e filha.

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