A trajetória de Lincoln da Cunha Pereira cristaliza o que é viver para a família e para o bem-estar da sociedade. Filho de Francisco da Cunha Pereira e Julinda Ferreira da Cunha Pereira, nasceu em Curitiba em 1928. Era o segundo de quatro irmãos — veio depois de Francisco e antes de João Cândido e Maria Julinda — e, como todos eles, deixou suas marcas por onde passou. Formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 1950, não demorou para se dedicar à vida pública. Eleito deputado estadual em duas legislaturas, entre 1955 e 1963, também exerceu o cargo de secretário estadual do Trabalho e Assistência Social.
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Após o casamento com Maria Thereza Ribeiro e o nascimento do primeiro filho — que levou o nome dele —, trocou a capital paranaense pela paulista para se dedicar à expansão das lojas e indústria da família. Foi então que descobriu a vocação para o comércio. Mais do que isso, sentiu que deveria cuidar não apenas do próprio negócio, mas também se engajar para a melhoria do setor como um todo. “Ele sempre teve essa visão de ajudar e compartilhar com todo o setor esse trabalho. Isso faz parte do legado que ele deixa, de não olhar só para si mesmo, mas também para os outros”, conta o filho Marcelo Ribeiro da Cunha Pereira.
Foi ali, em 1966, que começava uma trajetória extensa ligada à Associação Comercial de São Paulo (ACSP). Na entidade, foi figura importante para o desenvolvimento Serviço de Proteção ao Crédito (SCPC) e assumiu cargos de diretoria e do Conselho Deliberativo, do qual se tornou membro vitalício. Em 1991 foi eleito presidente da ACSP e reeleito para a gestão 1993-1995, tendo sido determinante para o processo de renovação e modernização da associação. Nesse período também presidiu a Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp).
Paralelamente ao trabalho na ACSP, participou ativamente de momentos importantes da vida pública do país. Abraçou as Diretas Já e atuou no Movimento pela Ética na Política que foi decisivo para o processo de impeachment do presidente Fernando Collor de Mello. Durante a segunda gestão à frente da associação também se concentrou na contribuição de ideias para a revisão da Constituição que estava em andamento.
Após deixar a presidência da ACSP, passou a se dedicar integralmente ao que mais amava: a família. Ao lado da esposa e dos livros — as biografias eram as preferidas —, ficou ainda mais próximo dos cinco filhos. Apoiava incondicionalmente cada um deles e adorava contar histórias de tempos passados, o que fez até os últimos momentos. “Criar cinco filhos, cinco filhos homens, junto com a minha mãe da forma como ele criou é um exemplo e um legado que ele deixa para nós. A retidão e a história que fez na vida pública, isso ele passou para os filhos e para os netos”, garante Marcelo. “Ele é o exemplo da história da família Cunha Pereira, dos valores que vieram dos nossos avós e que passaram para ele e para os tios, de união com os irmãos. Isso para nós é muito importante”, completa.
Lincoln da Cunha Pereira deixa a esposa Maria Thereza Ribeiro da Cunha Pereira, os filhos Lincoln, João Paulo, Marcelo, André e Ricardo, além de dez netos e um bisneto.
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