Ari Herculano de Souza teve uma vida dedicada ao ensino da história e partiu no momento em que ela está sendo feita na prática. Filho de um casal de pequenos comerciantes, Tranquilina Mafra Souza e Herculano Manoel Amaro de Souza, veio ao mundo em São João do Itaperiú em 23 de março de 1946, mas cresceu em Itajaí, Santa Catarina. Aos 74 anos, Professor Ari faleceu no dia 20 de agosto, vítima da Covid-19.
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Perto dos 15 anos, ingressou no Seminário Salesiano de Ascurra onde permaneceu por cerca de três anos. A experiência de seminarista foi uma passagem definitiva na constituição de sua personalidade e visão de mundo. Graduou-se em História, Geografia e Filosofia pelo UNISAL, em Lorena, SP. Morou em Rio Grande (RS), Porto Alegre (RS) e mais uma vez em Itajaí (SC), antes de radicar-se em 1970, em Curitiba. O casamento com Vânia Marques veio em 1976 e juntos tiveram três filhos: Vinícius, Juliano e Fabrício.
A carreira de professor começou nas redes estadual e municipal, como na Escola Pedro Macedo e escola Albert Schweitzer, da Vila Nossa Senhora da Luz. Logo passou a lecionar em tradicionais escolas particulares da cidade, o Nossa Senhora da Esperança e o Santa Maria. Além da sala de aula, tinha paixão por difundir o conhecimento de outras formas. A partir de 1974 começou a escrever material didático e nunca mais parou.
Em 1976, passou a lecionar no curso preparatório e pré-vestibular Dom Bosco. Suas aulas em rolos de papel pardo (papel kraft) marcaram gerações pré-informática. Foi diretor-geral da instituição de ensino entre 1990 e 2010 ao mesmo tempo em que dava aulas de História no cursinho. Estima-se que mais de 100 mil estudantes assistiram aos seus ensinamentos, já que tinha até 5 mil alunos em um ano.
Sua influência foi direta e muitos acabaram por escolher a carreira de docente, por terem se sentido tocados pelas aulas do Prof. Ari. “Muitos atribuíram ao Ari a abertura de capacidade em refletir sobre o mundo (fazer pensar), e assumiram que foram as aulas do Ari que exerceram grande influência nas suas escolhas e trajetórias profissionais e pessoais. Muitos(as) hoje professores(as), viram nele um exemplo a seguir”, relata a família. Ele fazia questão de contribuir com bolsas para estudantes que não tinham condições financeiras de arcar com custo mensal do cursinho.
Apaixonado pelo Athletico Paranaense, também gostava de tocar piano e era conhecedor das artes, de estilos musicais, e um grande leitor. Deixou alguns materiais ainda inéditos, como um material didático sobre “a cultura da paz”, um livro cartilha sobre cidadania e trânsito, além de reedições de livros que já havia publicado.
Na última década, fundou com a irmã Maria Mafra Souza, o A&M Promoção Humana Ltda voltada à promoção de cursos de atualizações, motivação e aperfeiçoamento de colaboradores e funcionários de empresas, corporações e instituições.
Gostava de conquistar as pessoas pela barriga. Além de preparar e assar muito bem peixe, era exímio na preparação de barreado, junto com a esposa Vânia. Apreciava o nascer e o pôr do sol e tinha o costume de partilhar seus registros com poemas, questionamentos, reflexões e dizeres. Amava Balneário Camboriú, onde observava sua beleza cênica e a movimentação das embarcações no porto de Itajaí. Para ele, os bons momentos eram para ser vividos entre familiares e amigos. Sabia degustar os melhores vinhos. Fez durante muitos anos yoga.
“Não viveu de discursos vazios, falava do que fazia e praticou. Se fosse um professor de natação, foi daqueles que entrou junto na piscina e no mar, para ensinar a nadar, praticando. E independentemente de todas as adversidades e correntezas, foi um verdadeiro-salva vidas”, declara a família de Ari.
Deixa esposa, três filhos, 4 irmãos (desses: 1 irmão e 3 irmãs). Deixa 5 netos.
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